Textos


Gabinete do ódio R. Santana

          Vercil Rodrigues, professor, advogado, jornalista, membro das academias de letras e jurídicas de Ilhéus e Itabuna, embora boa alma, cordato, diz que jamais cederá seus direitos por imposição física, moral ou intelectual: “Se tenho direito, eu meto o pé na porta e entro”. Isto ocorreu, quando me queixei dos egos e superegos inflados dos membros da Academia de Letras de Itabuna – ALITA. Faz-se necessário dizer que não são todos os membros, mas, os membros que foram indicados pelo escritor Cyro de Mattos, para minha desdita, ele indicou a maioria dos seus membros, logo, a maioria do “Gabinete do Ódio” me considera persona non grata, não bem-vindo à academia de letras desta cidade.

          Sou incapaz de qualquer ato de violência, posso até participar de uma discussão acalorada, apaixonada, todavia, terminou a discussão, termina todos os meus arroubos e não alimento o ódio e a vingança. Sou incapaz de meter o pé na porta, entrar à força, no dia 27 de maio 2017, manifestei através de carta à confreira Silmara Oliveira o meu desejo de frequentar à academia, marcamos um encontro no Shopping Jequitibá, ela levou parte da diretoria e a posição do diretor da revista Guriatã: “Eu ou ele!” Claro, ninguém iria contrariar o escritor Cyro de Mattos, “Doutor Honoris Causa” da UESC, enorme bibliografia, membro efetivo da academias de Itabuna, de Ilhéus e da Bahia, etc., etc., não fui aceito e invertemos o pronome: “Ficou ele!”

         A minha desavença com o ilustre escritor, começou no dia: 05 de julho de 2013, naquela época, eu recebi uma advertência protocolada da ALITA, subscrita pelo egrégio escritor Cyro de Mattos e outros confrades. Esse documento advertia sobre minha conduta numa reunião ordinária que, elevei um pouco a voz, quando defendia democratizar o site e a revista da academia. Naquela época, eu defendi que todos os membros tivessem uma página e uma senha no site da ALITA para publicar suas produções e a revista Guriatã (diretor Cyro de Mattos), tivesse suas produções de textos publicados contemplando todos os membros e não contemplasse só os apaniguados.

          Depois dessa advertência fui praticamente alijado da ALITA, não era convidado pela presidenta para as reuniões ordinárias ou para eleição de nova diretoria. Após algumas publicações com o objetivo de aperfeiçoar a entidade (Bom Senso na ALITA, Site Literário ou Obituário, Contrassenso na Academia de Letras de Itabuna - ALITA, etc.), no dia 10 de março de 2017, os semanários da cidade e o site ICAL publicaram matéria paga pelo “Gabinete do Ódio” com o título: “Manifesto de Desagravo da Academia de Letras de Itabuna – ALITA” e no dia 08 de agosto de 2020, no site ICAL, o escritor Cyro de Mattos, numa conduta antiética e deselegante publicou: “O terrorista Cultural” (Google) com expressões chulas: “...figura inexpressiva”, “...figura grotesca”, “...cabeça grande”, “... temperamento irritado”, “...terrorista cultural”, etc.

          Nas minhas produções da ALITA, jamais denegri nenhum confrade ou confreira, as minhas críticas são administrativas, nunca aceitei o jugo, o cabresto, se cheguei à academia, cheguei por mérito e condução do destino, portanto, cheguei com os mesmos direitos e deveres dos demais membros, não sou antissocial, sei conviver em grupo, porém, clamo justiça e equidade. Se as pessoas não me aceitam como sou, paciência! Não nasci acadêmico, não persigo o imortal nem tenho genialidade para ser imortal, eu sou um ser comum que busca o aperfeiçoamento intelectual e moral dia a dia.

          Não me considero escritor, apenas, eu sou um amante das letras e do uso da palavra correta. Muitos escritores, a exemplo de Jean Paul Sartre e Simone Beauvoir declinaram de convites da Academia Francesa de Letras e Jorge Amado em “Farda, fardão, camisola de dormir” sustenta que é condição sine qua non para entrar em qualquer academia: posição política, social e econômica. Quais as obras literárias de Gilberto Gil e Fernanda Montenegro? Não as conheço! Na música, no teatro, na novela, aí, não se discute o acesso deles na Academia de Música e na Academia de Artes Cênicas.

          Influenciado pelo ex-juiz de direito Dr. Marcos Bandeira, que se referindo à imortalidade literária do escritor Cyro de Mattos, fundamentou: “Para se tornar imortal, basta morrer”, esta afirmação inspirou-me e no dia 18 de julho de 2012, homenageei-lhe com a construção de um texto: “Conheci um imortal”, sem falsa modéstia, mais que um texto em prosa, um poema para se cantar e admirar.

          Eu sei que a Academia de Letras de Itabuna - ALITA está com uma nova direção, não sei ainda o nome do seu presidente, o orgulho ferido me impede cometer o mesmo erro que cometi com a professora Silmara Oliveira, se não fui convocado pelo conselho da entidade, é que ainda continua hostil o inimigo.

          Mário Quintana foi protelado pela Academia Brasileira de Letras - ABL, cônscio que jamais seria seu acadêmico, com genialidade desdenhou dos seus membros com um poeminho: “Todos estes que estão aí / Atravancando meu caminho / Eles passarão / Eu passarinho...

 

Autoria: Rilvan Batista de Santana

Licença: Creative Commons

 

Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 09/06/2022


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr