A mistura de branco, mulato, negro e índio deu ao país uma raça forte, criativa, de capacidade de cognição única, sabedoria e fé, mas, sem memória, cínica e de caráter suspeito. É um povo bom, solidário, caridoso, capaz de se colocar no lugar do outro, porém, politicamente é incapaz de pensar no coletivo e no depois, ele é individual nas ações e no pensamento. Não faz muito tempo à afirmação popular de “rouba, mas faz”, levou nos anos 70, Pelé, o gênio da bola de todos os tempos, num momento de tirada política dizer: “o brasileiro não sabe votar”.
Aproxima-se a eleição de presidente, governadores, deputados e um terço do senado. O desenho dos candidatos a presidente está praticamente pronto e polarizado. Alguns candidatos desistirão no meio do caminho por falta de aceitação popular. A terceira via irá tirar votos de eleitores decepcionados com os dois principais candidatos a presidente do país, porém, não terá fôlego para chegar ao segundo turno.
Por que o Brasil não tem jeito? Porque é um país surrealista, o povo despreza a lógica e princípios éticos e morais. O político não é culpado, culpado é o eleitor que o elege. O eleitor brasileiro não tem ideário, ele não vota no partido político, ele vota no homem ou na mulher por interesse imediato ou o candidato que representa certos segmentos sociais, nunca por ideologia partidária.
Acredito nos institutos de pesquisa, eles refletem a realidade do momento e os resultados não podem ser subestimados. Ultimamente, os institutos dão sua vitória no primeiro turno para presidente do país ao ex-presidente Luiz Inácio da Silva, todavia, é um paradoxo, pois, em suas aparições públicas, ele é consideravelmente hostilizado pela população. Nas redes sociais sua imagem e seu nome são ainda mais denegridos.
Em um país sério, face sua carga de processos penais, o ex-presidente Lula seria banido da vida pública. Condenado por nove anos e seis meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato, ele ficou preso somente 580 dias na Superintendência Polícia Federal de Curitiba (PR). Depois da confirmação acrescida dessa pena pelo TRF-4 e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu contra as prisões após condenação de segunda instância e o colocou na rua.
A jornalista Cristina Graeml foi feliz quando usou o termo “descondenado”, ou seja, o ministro Edson Fachin numa canetada desconsiderou a competência 13ª. Vara Federal para julgar o ex-presidente Luiz Inácio da Silva e o "descondenou". Quem tem sorte mora no morro, cria galinha embaixo, e o ovo sai rolando até em cima: o Plenário do STF reconheceu a decisão da Segunda Turma e declarou Sérgio Moro parcial para condenar o ex-presidente Lula.
O povo não é bobo, ele sabe que esses artifícios jurídicos foram construídos para beneficiar a esquerda política do nosso país, um projeto de poder, se o povo valorizasse a lógica, a consciência política e não o coração, condenasse a corrupção e o corrupto, nenhum poder o subestimaria porque o verdadeiro poder é o povo e a Constituição Federal de 1988 é taxativa no seu Artigo Primeiro: ”Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição".
Se o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, 76 anos de idade, filhos criados, mordomia de ex-presidente da República, tivesse a mesma estatura de estadista de Lech Walesa, Nobel da Paz e presidente da Polônia de 1990/1995, ele não se exporia ao escárnio e às incriminações públicas. Se ele tivesse tido apreço pela sua biografia, entraria na História, assim como Lech Walesa, um sindicalista que virou presidente da República, não um presidente que se tornou presidiário por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.. Nenhum poder satisfaz mais ao ego, ao caráter e ao espírito do que a consciência de retidão e dignidade. O maior legado de um político é seu exemplo de probidade e justiça.
Existe gente que “vende a alma ao diabo” para conseguir seu objetivo, aqueles que “os fins justificam os meios” de Maquiavel, essas pessoas são desprovidas de princípios éticos e morais. É de domínio público o “Mensalão”, o “Petrolão”, os desvios de dinheiro das estatais, fundos de pensão e empréstimos do BNDES que nunca foram resgatados, para Cuba, Venezuela, Bolívia e países africanos em detrimento da saúde, da educação, da casa própria, da infraestrutura e da segurança pública do nosso país, estima-se que esses desvios foram de R$ 500 bilhões, o povo deveria banir da vida pública essa gente. Hoje, essas pessoas aparecem cinicamente, "descondenados", como protagonistas para as eleições de 2022.
Fecho esta crônica na crença que daqui pra lá, o nosso eleitor tenha memória e bom senso, por isto, transcrevo um texto que “pesquei” no Facebook: “Qualquer um que tenha a intenção de eleger um condenado e réu em vários processos como presidente, mostra que seu compromisso não é com o país e sim com o crime”. Portanto, eleitor brasileiro, contribua com seu voto consciente e independente, que o Brasil não mais seja roubado, sem corrupção, sem miséria, sem fome, oportunidade de emprego e oportunidade econômica e social para todos.
Autoria: Rilvan Batista de Santana
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