A literatura em extinção!!! - R. Santana
Não se assuste, estimado leitor, é o modelo antigo de literatura que está em extinção. Não está em extinção, a literatura como expressão da linguagem, escrita, falada, visual e midiático, portanto, não é qualquer manifestação literária em extinção. Já disse em algum lugar que, “nem sempre quem faz poesia é poeta ou quem escreve texto é escritor, romancista, cronista, articulista, ensaísta, além do conhecimento intelectual, é imprescindível que o poeta ou escritor seja sensível aos elementos da realidade que, transmitidos à sua obra, são capazes de despertar emoções”.
Literatura à moda Machado de Assis, Bernardo Guimarães, Aluísio de Azevedo, William P. Young, Jorge Amado, Morris West, João Ubaldo Ribeiro, Adonias Filho, Manoel Bandeira, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, etc., está em extinção. Algum desavisado poderá me questionar: “Maluquice, homem? Machado ou Fernando Pessoa ultrapassado!?” Eu lhe responderia: “Calma, são poetas e escritores eternos, porém, o estilo e o modelo literário não mais atendem ao mundo literário atual!” Hoje, Os textos literários são econômicos em palavras e as imagens são textuais.
Ninguém mais cuida ler um livro espesso de poemas, um espesso romance, uma grande novela, extensa biografia e prolixo ensaio... Atualmente, as mensagens curtas e as imagens textuais como elementos de comunicação é que fazem sucesso. Nos dias atuais, ler um livro de 250 páginas, por exemplo, somente, intelectuais da área ou pouquíssimos curiosos ou contumazes leitores. Ler um livro da primeira página à última é uma empreitada hercúlea que a maioria dos mortais dispensa. Hoje, as pessoas preferem ler on-line, jornais, crônicas, artigos, poemas e romances compactados.
O mercado editorial já não publica livro do autor, mas de muitos autores, as antologias. Agora, surgiu uma nova modalidade de publicação de livro: 2 livros em 1 do mesmo autor ou 2 livros em 1 de autores diferentes. Paulo Coelho conta que seu primeiro livro foi uma produção independente e quase não vendeu nenhuma unidade. Quando a obra literária é excepcional, fundações e universidades publicam-na por conta e risco, geralmente, para atender algum segmento específico.
Jorge Amado e José Lins do Rego, Guimarães Rosa, dentre outros, explodiram em popularidade quando suas obras foram adaptadas para cinema e TV. Riacho Doce, Gabriela, Cravo e Canela, Tocaia Grande, Grande Sertão: Veredas, Menino de engenho e Tieta do Agreste foram assistidos na TV e no cinema por milhões de espectadores brasileiros e internacionais.
Com o advento da Internet, a literatura tradicional terá que se moldar à nova realidade, senão, será extinta. Nas plataformas digitais: Facebook, WhatsApp, YouTube, Instagran, Twitter, o conteúdo é virtual e resumido, por exemplo, o romance “Dom Casmurro” de Machado de Assis será contado em alguns minutos, áudio e imagem. O homem moderno tem pressa e racionaliza seu tempo. O escritor que consegue contar sua história em poucas palavras, ele terá mais sucesso que, aquele que estica sua história.
A teledramaturgia no modelo atual, também, terá que se ajustar aos novos tempos, ninguém mais tem predisposição para assistir uma história que leva meses. No lugar da telenovela, seriado à moda de “Casal 20” de Sidney Sheldon ou os filmes na TV, Mad Man, Girls, A Escuta, O Jovem Papa, etc. Os filmes na TV e no cinema, terão que ter curta duração. A arte não deve ser enfadonha...
Algumas plataformas virtuais de venda de livros existem dispositivos que acompanham o leitor em sua leitura, inclusive, com marcadores que marcam a última página e o parágrafo onde ficou o leitor. Porém, não existe predisposição para alguém ler no computador ou Smartphone, enésimas páginas dum livro virtual, salvo, a leitura de livro jurídico, de sociologia, de ciência, de filosofia, de modo geral, é leitura profissional obrigatória ou tese de mestrado ou doutorado.
Decerto, os aficionados na escrita e na produção literária de romance (ficção), poemas, conto, crônica, carta, artigo, ensaio, novela, tragédia, comédia, dentre outros gêneros, terão que se moldar aos tempos atuais, o livro físico e a história abundante já não têm muito espaço no mercado editorial. A literatura do futuro será de textos condensados e virtuais.
A literatura é a expressão na arte de escrever na produção de tramas de romances e poemas. A literatura é o reflexo da sociedade onde o autor explora os costumes, as vicissitudes, a paixão, a moral, a ética, a fidelidade, a infidelidade, a generosidade, a maldade, o amor e todos os elementos que formam a cepa humana, por isto, nunca morrerá, mas, ela se transformará e se adaptará ao longo do Século XXI.
Por último, é necessário que se diga que em todas as atividades humanas, a tecnologia robótica está presente. O processo da tecnologia da informação não terá jamais solução de continuidade, pois, as novidades tecnológicas da informática se renovam a cada hora, a cada dia.
Autor: Rilvan Batista de Santana
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