O livre arbítrio possibilita ao homem escolher entre o bem e o mal. O bem é maioria, se o bem não fosse maioria, o homem teria perdido a fé em Deus e a esperança na humanidade. A lei do retorno não é só pra castigar as ações ruins do homem, compensa, também, suas ações positivas.
Desde que o mundo é mundo que o homem tem que decidir entre o bem e o mal. Para o filósofo iluminista Rousseau: “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Porém, não é demais que pensemos diferente: “O homem nasce mau e a sociedade o torna bom através da interação social, educação e religião”.
Permita-me leitor contar a história de John Ssebunya para justificar a tese de que o homem nasce com natureza animal, sua inter-relação social completa a cognição, a conduta afetiva, emocional, a memória e a aptidão física: - John Ssebunya morava numa aldeia de Uganda, quando tinha 3 anos de idade presenciou seu pai assassinar sua mãe, por isto, fugiu para floresta e foi adotado por uma família de macacos e 4 anos depois foi encontrado pela senhora Millie.
Quando o “garoto primata” foi encontrado, diferia dos demais membros de sua “família de macacos” por falta de “rabo”, mas se comportava como os outros macacos: defensivo, agressivo e predador (comia ovos de aves, insetos e pequenos animais), e desprovido de senso moral.
As superstições são crenças populares que atravessam gerações. A superstição não tem comprovação racional. Para Sydney Sheldon, “quem não tem superstição não tem alma”. A superstição causa medo, que é um mecanismo psíquico de defesa necessário ao bem-estar do homem. Quem ainda não foi advertido: “não passar embaixo da escada”, “bater na madeira 3 vezes”, “quebrar o espelho”, etc., etc. A lei do retorno não é superstição nem dogma religioso nem dogma espírita, a lei do retorno é energia boa ou ruim. Abaixo, algumas frases da lei de retorno:
“Pode demorar, mas a lei do retorno não falha. Ela vem no tempo certo que é para funcionar melhor”.
“Quem fere afetos, com afetos será ferido”.
“Ninguém morre antes de receber exatamente o que jogou para o universo”.
“A lei do retorno vem para equilibrar as coisas leva o bem para quem merece e o mal para quem o pratica”.
A lei do retorno negativa é o castigo dado ao transgressor na mesma qualidade e intensidade. Se alguém lhe calunia, por exemplo, essa maldade retorna com o mesmo vigor. Há um ditado popular que diz: “Quem planta ventos, colhe tempestades”.
Cada religião tem o seu modo de ver o castigo que é dado ao infrator que produziu uma ação negativa. O cristianismo embasado no perdão e no amor ao próximo, sua doutrina é mais coerente, no evangelho de Mateus (18, 21-35), o apóstolo Pedro questiona Jesus Cristo: “Mestre, quantas vezes devo perdoar uma pessoa que me faz o mal? Sete vezes?”, Jesus lhe respondeu: “Não te digo sete vezes, mas, setenta vezes sete!”, isto é, o perdão de Deus não tem limite. A doutrina espírita, o sujeito redime sua maldade através de reencarnações sucessivas até a perfeição espiritual. O carma (ação boa ou má) do budismo ou do hinduísmo tem o mesmo significado do senso comum.
O ateu vê a lei do retorno como energia negativa/positiva. Ele não acredita em “castigo” divino, de um Deus personalizado, todavia, ele crê que toda energia negativa ou positiva retorna em ações com frequência maior ou igual. Para o ateu, a religião não é “freio” social, no entanto, a religião incomoda sua consciência crítica.
Não é condição necessária acreditar numa lei que castigue alguém por má ação, porém, é condição necessária que se faça bem ao próximo, independente se essa lei é válida. O mal não constrói, o mal destrói sentimentos, esperanças e sonhos, enquanto o bem é necessário para harmonia da consciência humana e lhe trazer a paz e a valorização da vida.
Não sei se foi coincidência, mas, essa história aconteceu: - uma senhora viúva, depois da morte do marido foi morar na casa do seu filho mais velho com a nora, demorou menos de um ano, ela foi morar num abrigo público, tangida pela nora e pelo filho, além deles terem ficado com sua aposentadoria. O filho mais novo veio de longe, levou-a pra sua casa e deu-lhe dignidade e amor. Algum tempo depois, o filho mais velho foi deixado pela esposa, entrou em declínio econômico, refugiou-se na bebida e foi parar numa casa de alcoólatras e drogas.
Pelo sim ou pelo não, deve-se fazer o bem sempre. Nós fechamos esta reflexão reconhecendo que Rousseau teve razão quando afirmou que “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. A natureza humana é boa desde o nascimento, o meio ambiente é que influencia ou define a conduta do homem.


Autoria: Rilvan Batista de Santana
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