Quando adolescente, li do escritor Jorge Amado, o livro biográfico de Luís Carlos Prestes, “O Cavaleiro da Esperança”, a epopeia e a tragédia da Coluna Prestes. Conhecia an passant o comunismo de Marx de Engels, Lênin e Stalin. Apaixonei-me pela cultura e discernimento revolucionário de Trotsky.
O revolucionário Luís Carlos Prestes ficará para sempre na História do Brasil, não pelo seu ideário político revolucionário, mas pela defesa e perseverança de seus ideais comunistas e a epopeia de 25000 Km que empreendeu pelo interior do país, uma tropa revolucionária de 1800 homens que, a metade foi dizimada pela cólera, depois de 29 meses que a Coluna Prestes percorreu vários estados brasileiros, ela chegou ao fim no ano de 1926.
Se Luís Carlos Prestes foi o mensageiro da esperança do Século XX, Jair Messias Bolsonaro, hoje, é o arauto da esperança de milhões de brasileiros do Século XXI, ambos são antagônicos nas ideias e prática política, porém, ambos têm a mesma grandeza patriótica. Prestes lutou para que não houvesse desigualdade social e econômica profundas, que todos tivessem as mesmas oportunidades de vida. Bolsonaro luta pelos valores essenciais da vida: a liberdade, a democracia, a família, a religião, a saúde, a educação, o trabalho, a autodefesa, o direito de propriedade e os valores éticos e morais conservadores. O combate à corrupção e a lisura com o dinheiro público não são virtudes, mas, obrigação, dever.
Depois de um atentado criminoso em Juiz de Fora (MG), ainda candidato à presidência do país, esfaqueado por um sujeito, supostamente com transtornos mentais, identificado por Adélio Bispo de Oliveira. A defesa desse criminoso justificou motivação política e religiosa passionais e não crime de mando. O energúmeno quase interrompeu a trajetória de Jair Bolsonaro disputar o pleito eleitoral de 2018 e chegar à presidência do Brasil. Daí em diante, o povo passou chamar-lhe de mito. Mito como sujeito de mudança para atender às aspirações ideais dum povo em determinada fase histórica.
A eleição do deputado Jair Bolsonaro foi desdenhada por vários segmentos da sociedade, principalmente, os intelectuais, a grande mídia e os partidos políticos da esquerda. Todavia, o povo não mais suportava os escândalos de corrupção que permeavam as estatais e todos os partidos políticos, notadamente, o Partido dos Trabalhadores – PT, com sua liderança maior, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, atrás das grades e acusado de ser o chefe da quadrilha do “petrolão”.
O candidato Bolsonaro em sua trajetória de campanha nas Redes Sociais, foi tachado de misógino, homofóbico, preconceituoso e fascista, só não foi tachado de corrupto. A facada que ele levou em Juiz de Fora (MG), motivou a revolta do povo que o elegeu no 2º. Turno com mais de 57.000 000 milhões de votos à presidência do país.
Desde que foi eleito pautou-se em racionalizar as despesas públicas e combater o crime: diminuiu o tamanho do ministério, fechou a torneira extravagante da Lei Rouanet, superestimou os serviços da PF e PRF no combate à corrupção, à sonegação fiscal, aos desvios e malversação do dinheiro público, além de usar sempre o suporte técnico e acompanhamento jurídico da Controladoria Geral da União – CGU.
O ano de 2019 foi profícuo para o governo federal: A Reforma da Previdência / Trabalho, o aumento do PIB, a diminuição da taxa SELIC e inflação, menos desemprego, desempenho favorável da indústria e do comércio. O país ia de vento em popa, os adversários políticos arrefecidos, quando a China envia seu vírus e a COVID-19 matou e ainda mata milhares de brasileiros. Depois dum ano de pandemia as autoridades sanitárias dos estados, municipais e federais não têm ainda o controle da doença e o presidente Bolsonaro foi escolhido pelos políticos da oposição, a grande mídia e alguns segmentos da sociedade como “bode expiatório” pela calamidade.
Porém, não se pode culpar alguém sozinho por desgraça coletiva, notadamente, quando é uma pandemia que é universal. Todos os países vêm administrando com dificuldade essa pandemia, por ser uma doença desconhecida, o aprendizado de gente da saúde é diuturno. A vacina tem sido a esperança da humanidade, mas, até quando? Quanto tempo o indivíduo ficará imunizado? O tratamento precoce e medicamentos não serão a solução? O tempo vai dizer...
Bolsonaro é o presidente mais “perseguido” institucionalmente na História de República. Sua gestão tem sido marcada por ações judiciais permanentes. Alguns atos administrativos de Bolsonaro, foram desfeitos por decisões monocráticas de ministros do STF, o que chamou mais a atenção, foi a suspensão de Alexandre Ramagem (Abin) para diretor-geral da Polícia Federal – PF, pelo ministro Alexandre de Moraes e o ato mais esdrúxulo, mais vergonhoso, mais abusivo, foi Celso de Mello através da PGR, solicitar a apreensão do celular do presidente do país.
Nos tempos atuais, os artifícios e jurisprudências de certos juízes são inconvenientes e inconstitucionais, haja vista, a prisão preventiva ad aeternum de Alexandre de Moraes para justificar a prisão do deputado federal e seu processo da “Fake News”. Dizem os expertos que tem havido desvio de finalidade no STF, ao invés de ser o guardião da Constituição Federal, o STF relaxa suas prerrogativas constitucionais para atender às demandas políticas partidárias e ideológicas.
Ultimamente, o presidente aflige-se com a política isolacionista de lockdown das cidades e estados. O lockdown não é medida científica comprovada para combate ao coronavírus. O presidente Bolsonaro sempre defendeu as medidas sanitárias conhecidas, tratamento precoce, o trabalho, cuidado com os idosos e portadores de comorbidades, isto é, o isolamento vertical em prejuízo do isolamento horizontal.
Na sexta-feira, 19 de março, deste ano, o procurador Lucas Furtado pediu ao TCU que afaste das funções administrativas da COVID, o presidente Jair Bolsonaro e o substitua pelo vice-presidente Mourão com a prerrogativa dele mudar o ministro da Saúde, o ministro da Fazenda e o ministro da Casa Civil. Não sei se um procurador, constitucionalmente, ele possui essa prerrogativa (TCU mudar o presidente), se tiver, não vale a pena ser presidente, pois possui menos autoridade que um prefeito da menor cidade do interior brasileiro.
No fechamento desta crônica, foi divulgado pela mídia escrita e falada que o presidente Jair Bolsonaro convocou os representantes dos demais poderes para criação de um comitê para gerir os problemas da COVID. Não é recomendável um homem sozinho enfrentar um problema de magnitude universal, será necessário que todos os homens de bom senso ajudem o país nesse infortúnio.
Enfim, não sei até quando o presidente aguentará essa pressão política, administrativa, judicial e moral. O momento é difícil... Seus seguidores ainda veem como o “Cavaleiro da Esperança”. O cavaleiro que em cima do seu cavalo empunhará a espada para combater os inimigos do povo, desfraldar a bandeira da esperança e justiça para milhões de pessoas. O cavaleiro solitário combaterá dragões e leões para proteger a liberdade e o bem-estar do seu povo. Como Dom Quixote, ele terá a ajuda de Sancho Pança não para combater os moinhos de vento e os cavaleiros fantasmas, mas os inimigos da pátria.
Autoria: Rilvan Batista de Santana
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