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Carta para Eliza Santos – R. Santana

Carta para Eliza Santos – R. Santana

Estimada Senhora:
Hoje, eu abri seu site e lá tem 221 publicações de “Palavra de Salvação”, feito recorde duma cristã engajada nas ações cotidianas da igreja católica. A religião alimenta a fé, triste do homem se não fosse balizado em princípios morais e não tivesse a crença de vida eterna.
Porém, motivou-me escrever esta carta as boas e más lembranças do passado, as mesmas que contribuíram para nossa dissensão intelectual e relacionamento interpessoal. A causa de nosso desentendimento foi por ciúme intelectual e picuinhas de alguns acadêmicos da terra. Quantas vezes a senhora me elogiou? Enésima! Ainda guardo nos meus arquivos suas palavras de amizade e solidariedade:
“Rilvan, ali tem gente cuja índole diabólica é tamanha a ponto de proibir que uma filha esteja presente e dê à sua mãe no leito de morte o conforto final. Tem gente mentirosa que vive a inventar para meio mundo que é autor internacional (e acredita na própria mentira). E tem também ali uma corja que se compraz em viver sob as asas negras desses medíocres. Acho que deverias ter enviado esse documento para todos os que fazem parte da tropa. No fundo, meu amigo, eles estão de verdade é com muita inveja e medo de ti, da tua capacidade como escritor da tua verdade”. Quase eu cedi à tentação que era escritor...
Porém, não demorou muito e entendi que a “mão que afaga é a mesma que fere”. Fui chamado de chantagista, achacador, etc., somente pelo fato da senhora pensar que iria usar suas mensagens que detratavam os nossos inimigos em comum e lhe colocar numa situação desagradável, até processual. Jamais iria lhe fazer mal algum, não sou nenhum escroque, tenho uma vida ilibada, já fui vítima, todavia, nunca fraudei nem corrompi ninguém. Tenho o “pavio curto”, os bofes na goela, é recomendável não me cutucar com vara curta, pois responderei na mesma moeda ou moeda quadruplicada.
Senhora Eliza Santos, assim que nos desentendemos, a senhora passou publicar (para ferir-me), todas às produções de um escritor que me tem ojeriza, raiva, sempre me procurou prejudicar na ALITA. Ele jacta-se ter livros publicados no exterior (nenhum viandante ainda teve a sorte de lê-los), só escreveu um romance de tema esgotado em 50 livros que publicou, segundo esse poeta e escritor. Seus livros infantis não são referendados e vangloria-se ser Doutor Honoris Causa pela Universidade Santa Cruz e desfila com várias medalhas no peito como prêmio literário, um esnobe, um egoísta, “minhoca que quer ser cobra”, um frustrado em sua arte.
Prezada senhora, não lhe peço perdão nem desculpas pelos nossos desencontros no passado, se lhe pedisse perdão, eu invocaria Pedro (Mateus 18. 21,22), é que não lhe fiz nenhuma maldade, mas fui vítima do maquiavelismo dos maus e denegrido publicamente em seu site: Manifesto de Desagravo (10.03.2017) e Terrorista Cultural (08.08.2020). Eu sei que a censura acabou desde a derrocada do regime militar de 64, no entanto, devemos usar a lei corretamente, não me foi concedido o direito de resposta e fiquei com a pecha de mau caráter e pessoa de maus sentimentos, insociável e criador de caso. Apenas, defendi-me de uma elite fechada, retrógrada, herdeiros do cacau que não aceitam o diferente em seu nicho.
Sou um pequeno homem e um autor pequeno, não possuo os recursos retóricos dos grandes intelectuais para descrever a conduta de alguém, no entanto, sou fiel ao mandamento bíblico: “Não julgueis e não sereis julgados”. Todavia, me é dado o direito, quando acusado, tratado com vilania, duvidar: “... tu tens uma prática religiosa de generosidade, perdão, tolerância, ponderação e amor, mas, tu és intolerante, ressentida, rancorosa, vingativa, coração pardo, coração sem amor”.
Fui eu que lhe incentivei criar um site para publicar suas produções e divulgar os autores da terra, inclusive, era costume seu elogiar o “Saber-Literário” e o usou por longo tempo até obter o seu próprio site. Para mim era um prazer, uma honra ter uma parceira que comungava comigo os mesmos gostos literários e o desejo de divulgar os poetas, os escritores, os artistas plásticos e os pensadores da terra.
Porém, essa parceria trouxe ciúme, malquerença, que eu estava divulgando as mesmas produções do seu site... A senhora esqueceu o compromisso de parceria e os textos de seu site eram de domínio público, cabia ao administrador do “Saber-Literário” indicar a autoria, que seu site só tinha o domínio de suas produções, se alguém tivesse de reclamar, fosse o autor da produção literária. Além de manifestar a minha “desonestidade” em seu site, o criptografou para que ninguém o copiasse, um desserviço literário, pois a boa ideia deve passar adiante. Dou-lhe meu exemplo no Recanto das Letras, todas as minhas produções são registradas pelo Creative Commons: “ Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas”. Eu fico realizado quando o leitor lê as minhas produções e faz algum comentário produtivo ou crítico.
O objetivo do meu site é estimular a leitura e a escrita de jovens e adultos. Não tenho objetivo financeiro nas minhas publicações, são 368 textos avulsos (contos, crônicas, artigos, ensaios, etc.) e 21 livros em PDF, espalhados no amazon.com, Recanto das Letras, “Saber-Literário”, etc. Quando divulgo um texto que não é de minha autoria, eu cito a autor, quando não tem autoria, acrescento: “autor desconhecido”. Afora a senhora, ninguém nunca reclamou, ao contrário, agradece-me pela publicação.
Eu tenho vários defeitos, porém, quando tenho uma amizade, eu sou fiel como um cão, jamais apunhalei um amigo pelas costas. Sempre uso Voltaire para expressar a minha fidelidade: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”, ou seja, sempre fico ao lado dum amigo, mesmo não concordando com suas ideias.
Enfim, a amizade não se compra na farmácia, na feira-livre, na casa de materiais de construção, a amizade é um sentimento mais forte que o amor. Há um provérbio popular que diz: “Amigo é aquele que mesmo profundamente magoado, não desiste da amizade, ele sempre está pronto para perdoar”. Não fomos amigos em nenhum momento, fomos conhecidos quando tínhamos interesses comuns. Cordialmente, Rilvan Batista de Santana. 18 de fevereiro de 2021. São Caetano, Itabuna (BA).


Autor: Rilvan Batista de Santana
Licença: Creative Commons
Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 18/02/2021


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr