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O convite - R. Santana


Nem todo dia se recebe um convite para participar dos movimentos comunitários de sua cidade, além de ficar lisonjeado e senti-me prestigiado por Thiego Bento, autor do convite. Adiantou-me que o MIG (Movimento Itabuna Grande), é político sem ser partidário: “... gostaria de te convidar a participar do MIG, ele é político, mas não partidário tem com principal objetivo, estudar, debater, desenvolver militância política, além de implementação de políticas publicas de âmbito municipal...”
Conheci o jovem Thiego, há 3 anos, numa quadra municipal de futebol infantil. Nesse tempo, meu neto João Victor com 5 aninhos de vida, fanático pelo esporte bretão, pediu, não, obrigou-me que lhe matriculasse numa escolinha de futebol, aí, coloquei-o na escolinha de “Napayeta” e “Bode”.
Meu encontro com Thiego Bento, aliás, único encontro, ocorreu lá nos jogos de futebol de Napayeta, enquanto esperava meu neto João Victor. Depois desse encontro, nunca mais o vi, salvo pelas redes sociais e por e-mail. A Internet resolveu meu problema de relacionamento e, é providencial: escrevo para quem não conheço e lido por alguém que não me conhece.
Nesse encontro de pouco mais de uma hora com Thiego Bento, conversamos sobre amenidades, porém, discutimos ciência, filosofia, ética, moral e outros conhecimentos da mente humana. Eu saí dali impressionado com o privilégio mental do jovem intelectual e professor de Educação Física - UNIME.
Eu acredito nos movimentos comunitários, pois o poder emana do povo e, em seu nome será exercido. Os movimentos sociais têm por objetivo provocar o gestor de plantão para atender às aspirações e às necessidades comunitárias. O objetivo desses movimentos comunitários, também, é fiscalizar e denunciar os desvios de conduta dos seus gestores públicos.
Não subestimemos os partidos políticos, porque até nos regimes totalitários, o partido político é condição sine qua non para sobrevivência do governo, por isto, devemos fortalecer os partidos políticos de nosso regime democrático. Todos os partidos políticos têm um Regimento e um Estatuto e um Conselho de Ética, portanto, nenhum partido político favorece à corrupção, à sinecura e o nepotismo, no entanto, em toda cesta de maçã, é possível encontrar maçãs podres.
Hoje, eu coloco em duvida o caráter do líder partidário, do pré-candidato e de candidato a um cargo público. Defendi com unhas e dentes Aécio Neves (PSDB) quando candidato a presidente do país, pouco depois, descambei quando surgiram suas malas de dinheiro. Defendi Lula (PT) em todas as hostes inimigas da justiça, depois de 2 condenações pelos desembargadores do TRF-4, desabei... Os partidos não têm nada a ver, mas a culpa é desses líderes que se perderam em suas biografias.
Aqui, no meu canto, eu fico preocupado com a interferência do judiciário no poder executivo federal, estadual e municipal. Todos nós sabemos desde a escola primária que os poderes da república são harmônicos e independentes entre si, mas, hoje, a ingerência do poder judiciário noutros poderes, tornou-se cotidiano, em nome das entrelinhas da Constituição de 1988, o poder judiciário ameaça até cercear os movimentos do presidente Jair Bolsonaro. Rui Barbosa, o maior jurista do século passado escreveu: “A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer... Rui Barbosa”.
Agora, no imbróglio de Moro e o ministro Alexandre de Moraes, o major-brigadeiro Jaime Rodrigues Sanches, no artigo: “Major-Brigadeiro Jaime Rodrigues, engrossa o tom e fala tudo que tinha quer ser dito ao STF - https://saber-literario.blogspot.com/ , sobre os ministros militares convocados por Celso de Mello:
“Foi uma tentativa infeliz de demonstração de poder, totalmente injustificável e inaceitável, a produção por parte do ministro Celso de Mello de um documento jurídico ameaçando de serem conduzidos “debaixo de vara” três oficiais-generais do Exército brasileiro, do maior grau hierárquico da carreira, altamente conceituados no seio da sua Força, que dedicaram meio século da vida jurando defender a Pátria com o sacrifício da própria vida, convocados apenas como testemunhas para depor em defesa do presidente”.
Se um major-brigadeiro critica o STF, as coisas não vão como dantes no quartel- general de Abrantes. O respeito às competências de cada um tem que ser observada.
Enfim, estimado Thiego Bento, não digo nem desdigo que aceitarei seu honroso convite, mas se não aceito logo, desejo que seja feliz em sua caminhada que além dos movimentos comunitários se candidate a um cargo político eletivo. Urge a necessidade de gente nova e honesta nos legislativos e executivos do nosso país.




Autor: Rilvan Batista de Santana
Licença: Creative Commons
Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 10/05/2020


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr