Bom senso - R. Santana
Com a pandemia do CORONAVÍRUS e a COVID-19 (doença), o mundo virou de cabeça pra baixo em pouco tempo. As bolsas de valores despencaram, as economias das principais potências econômicas do planeta se apequenaram diante da pandemia. Os índices de desemprego em todo mundo são assustadores. Além do mais, não existe em curto prazo, um tratamento específico nem vacina para esse vírus.
Existe muito blá blá blá sobre o CORONAVÍRUS, muitas estrelas em ascensão, todavia, muita coisa é suposição, sabe-se que é um vírus modificado que saiu lá da China. A ciência ainda não conhece o seu comportamento completamente. O bom senso recomenda o isolamento social e o distanciamento social com objetivo de conter sua proliferação.
Num momento difícil, políticos a exemplo do governador João Dória de São Paulo e o governador Wilson Witzel do Rio de Janeiro, politizaram a pandemia nos seus estados, em conflito com o governo federal, seus atos de restrições prejudicaram as atividades produtivas e produziram desemprego em massa.
A mídia deixou o país alarmado, em pânico, em menos de 60 dias. Hoje, são 24 horas de programas televisivos, de rádio, de jornais, de redes sociais, trazendo matérias alarmantes e imagens mórbidas sobre o CORONAVÍRUS e a COVID – 19. A loucura é tão grande que no início da pandemia em nosso país, as autoridades médicas recomendavam a “máscara” só para os infectados, atualmente, a “máscara” é para infectados e não infectados. A COVID – 19, a doença, só atacava os pulmões, hoje, sabe-se que essa doença afeta todos os órgãos do homem.
A discussão, hoje, é sobre o isolamento vertical e o isolamento horizontal. O isolamento horizontal recomenda que todos fiquem em casa com exceção das atividades essenciais, enquanto o isolamento vertical defende que as atividades produtivas sejam flexibilizadas e o grupo de risco seja mantido em casa.
Dia e noite os meios de comunicação recomendam: “Fique em Casa!” É um slogan elitista, próprio para classes privilegiadas, pedido impossível para maioria do povo que trabalha durante o dia pra levar, à noite, o pão pra casa. Como alguém pode exigir isolamento e distanciamento sociais quem mora num barraco com 8 pessoas? Um cômodo de 16 m² com 4 ou 5 pessoas? Mora num barraco que não tem água e a energia é uma gambiarra? Essas pessoas são desprovidas de bom senso e desconhecem a realidade dos pobres e miseráveis deste país.
Neste momento, os programas sociais do governo federal e as redes de solidariedade que se espalham pelo Brasil, eles são providenciais e necessários para combater à fome. O auxilio emergencial de R$ 600,00 (seiscentos reais), para indivíduos cadastrados no MEI, trabalhadores informais e contribuintes individuais do INSS e autônomos, com idade mínima de 18 anos, durante 3 meses, contribuirá para aliviar a vida dos brasileiros por algum tempo, não por todo tempo.
Esse auxílio emergencial, com certeza, evitará uma convulsão social, porém, até quando? Até quando o governo federal disporá de receita para atender essas demandas sociais se a força de trabalho do país está em estado de ócio? Até quando os idosos aguentarão o isolamento forçado sem serem acometidos pelas doenças da mente? É um exercício de adivinhação.
Os estragos da COVID-19 são irrefutáveis. As mortes causadas trazem choro e lágrimas às famílias. Não é fácil a perda de um ente querido, é uma tristeza sem fim, porque essas mortes rompem todos os ritos cristãos duma separação eterna, é uma separação doída e desumana.
Por outro lado, as medidas restritivas radicais esfacelam todas as economias do mundo em nome da ciência. Os cientistas têm um foco: destruir o vírus que causa a pandemia. Todavia, esse ponto de convergência exacerbado produz: pobreza, miséria, fome e doenças físicas e mentais pelo isolamento e distanciamento sociais duradouros. É fácil ficar em casa por longo tempo sem necessidade material e financeira, difícil é a subsistência do nada.
O remédio que cura é o mesmo que mata. A economia dum país não pode ser engessada por restrições radicais irracionais. A pandemia do CORONAVÍRUS terá que ser combatida com ações inteligentes e responsáveis, não com medidas radicais de mobilidade social.
A economia deverá cuidar das atividades produtivas e a ciência deverá usar os recursos científicos, financeiros e materiais para conter a proliferação do vírus, consequentemente, zerar a COVID-19.
O isolamento vertical consciente e responsável é o mais racional. A força de trabalho saudável deverá impulsionar a economia enquanto o segmento de risco deverá observar as restrições sociais com acompanhamento de assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras.
Enfim, neste momento conturbado, exercitar o bom senso, talvez, seja a saída para conter ou exterminar essa pandemia atual. O bom senso é mais do que o foco. O foco é um animal com viseira, só olha pra frente. O bom senso é um alazão, é um animal que olha pra todos os lados, é um animal sem viseira. Para Descartes, o homem nasce com bom senso, porém, nem todos sabem usar seu bom senso. Alguns homens são semelhantes aos animais com viseiras e perdem-se no seu foco... Outros homens não usam viseira, norteiam-se pelo seu bom senso inteligente e prático.
Autoria: Rilvan Batista de Santana
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