Carta para Geraldo dos Santos Lima R. Santana
Geraldo:
Esta semana e algumas outras, eu deixarei de frequentar sua aprazível churrascaria. Eu e a dona da pensão, deixaremos por uns dias, por causa da idade, de frequentar lugares fechados de muita gente por conta do CORANAVÍRUS, o tal COVID–19. Uma endemia na pandemia, isto é, uma loucura menor dentro duma loucura maior.
Prezado Geraldo, a histeria é tão grande, que lavo as mãos, sem sair de casa, várias vezes por dia, às vezes, lavo as mãos, esqueço que as lavei e segundos depois, eu lavo as mãos novamente. Compartilho do pensamento do deputado federal, Eduardo Bolsonaro, que os chineses deveriam ser responsabilizados por terem omitido a doença de CORONAVÍRUS por longo tempo, embasados em princípios ideológicos discricionários. A consultoria rural BUSINESS, Mato Grosso do Sul, anda espalhando através de vídeos que os chineses tiveram interesse de espalhar esse pânico no mundo com objetivo comercial espúrio e inconfesso: “O objetivo seria lucrar, insuflando uma histeria irracional com a pandemia”.
Caro amigo, se eu fosse rico, iria fazer o que fez o americano Howard Hughes, durante esse período de pânico, ficaria isolado de tudo e de todos, livre de bactérias, fungos e vírus, com médicos e enfermeiras à disposição e, para eles terem contato comigo, teriam que cumprir um ritual de procedimentos de higiene, com luvas, máscaras, uniformes, sapatilhas descartáveis, descontaminação do ar etc. Como não sou multibilionário como Howard Hughes, resta-me sabão e água, álcool 70 % em gel, máscara e no próximo dia 23.03, tomar a vacina H1N1. Depois da vacina, valha-me Deus!
Mas Geraldo, todo esse blablabá é para lhe dizer que não dê curso ao seu projeto de fazer um quadro da crônica: “O empreendedor” e expor esse quadro no salão nobre de sua churrascaria, é que não sou afeito às homenagens públicas, primo pelo anonimato, não me sinto à vontade com o reconhecimento coletivo. A Internet resolveu meu problema existencial: escrevo para quem não me conhece e não conheço para quem escrevo. Nem na minha rua, eu sou reconhecido como escritor, não obstante 21 livros publicados em vários sites e editoras do país e uma centena de textos (crônicas, contos, cartas, artigos, romances...) produzidos.
Edmund Freud, o pai da psicanálise, escreveu 3000 cartas para seus amigos e colegas cientistas, eu as escrevi, apenas, 50, escrevo para quem eu gosto e considero. Já homenageei muita gente, movido, somente, pela amizade, independente de qualquer interesse financeiro ou material. Gosto de registrar as minhas amizades através da escrita, porque, “a palavra voa, a escrita fica e o exemplo permanece”. A título de exemplo, segue alguns nomes de pessoas que homenageei, hoje, essas homenagens correm o mundo através do Google, aplicativos e sites: Zé Magrinho, Fonsequinha, Pedro, o Grande, Antônio Mangabeira, Valdelice Pinheiro, Zé “Urubu”, dentre outros.
Com devida vênia, sugiro-lhe que o custo do quadro da crônica: “O empreendedor”, de moldura de madeira, de alumínio, moldura laminada a ouro, papel de fotografia antimofo, que essa pequena quantia de dinheiro seja doada à igreja que o amigo congrega, acredito que fará bem às nossas almas. Se esse texto lhe trouxe algum significado, arquive-o em seu “Smartphone” ou no seu “PC”, essa "obra" já está no Google, no “Saber-Literário”, no link: “https://saberliterario.prosaeverso.net/“, no “Recanto das Letras” , desde 24 de dezembro de 2019.
Se o CORONAVÍROS não me pegar (Deus não permita), se essa loucura passar, se os chineses (responsáveis por esse imbróglio) e os americanos descobrirem remédios e vacinas para socorro da humanidade, voltaremos ao “Boi Gordo” para degustar uma boa carne, uma boa comida e um bom suco de laranja, limão ou açaí, não acrescento aqui, cerveja, vinho, whisky, porque não bebo nada de álcool.
Enfim, um aperto de mão sem CORONAVÍRUS, que Deus permita a humanidade não sofrer tanto, ninguém merece morrer procurando ar sem encontrar, sufocado... Cordialmente, Rilvan Batista de Santana, São Caetano, Itabuna (BA), Brasil, 22 de março de 2020.