Textos


O fantasma da Pirâmide de Gizé - R. Santana

O fantasma da Pirâmide de Gizé
R. Santana

 
Existe um provérbio popular que quem conta um conto aumenta um ponto, por isto, eu escolhi a grande pirâmide de Gizé para título deste conto. A história que iremos contar é sobre uma pirâmide que foi construída em 2005, hoje, é a necrópole de um sheik árabe. Amigo leitor, eu não sei lhe informar se essa história ocorreu nos Emirados Árabes, na Arábia Saudita, no Iêmen ou na Somália, apenas, lhe afianço que não é um conto da carochinha e ocorreu num país muçulmano.
Khalil Jamal era um grande empresário no setor de revenda de automóveis, construção civil e indústria de alimentos. Não fez sua fortuna, a herdou de seus pais e avós, porém teve o mérito de multiplicar essas riquezas para seus filhos e netos. Desde o início da vida alimentou um medo infundado de germes, sem doença, ele deu trabalho aos médicos pra que eles encontrassem doenças inexistentes. Por mais que os médicos dissessem que era sadio, ele cismava aceitar.
Culto e andado, adepto da ciência, certa feita leu um artigo de Antoine de Bovis, depois, leu os estudos de Bill e Ed Pettit, sobre o poder biogenético da pirâmide, inclusive, na cura de doenças humanas e no desenvolvimento dos vegetais quando colocados sob o vértice da pirâmide. Foi à cidade de Gizé no Egito e após estudos e observações das múmias, ele descobriu que os corpos secam, mas não apodrecem, ou seja, não entram no processo de decomposição. A energia da pirâmide é ionizada com freqüência e forma um campo de força eletromagnética que influi nos processos químicos, físicos e biológicos.
Muitos anos depois, já idoso, Khalil Jamal, com filhos e netos criados, convocou de sua empresa, profissionais da construção civil para que apresentassem em tempo recorde, o projeto duma pirâmide moderna. Um ano depois, a pirâmide em forma pentagonal foi inaugurada e o sheik Khalil Jamal declarou aos filhos, netos, bisnetos, parentes e convidados que ali seria seu jazigo. Sentiu certa estupefação dos presentes, mas os tranquilizou que com 87 anos de vida, a morte já lhe perseguia, era o destino de todo ser vivo, portanto, nada de tristeza e espanto.
A pirâmide ficou uma obra de arte arquitetônica. Ela foi construída nos jardins da mansão, em cima de uma plataforma (em forma de pentágono), com escadas laterais, 2 rampas, com corrimões e barras de proteção de aço inox, toda construção revestida de mármore da cidade italiana de Carrara. Sobre essa plataforma foi construída a pirâmide no mesmo formato pentagonal com 16 m² de base e 32 m de altura, sua estrutura toda de aço inox, revestida com placas de encaixe de mais ou menos 1 m², de vidro fumê, muito escuro, laminado e temperado, recheado de polivinil butiral, 75 mm de espessura. O piso, também, foi revestido de vidro de mesma qualidade e espessura.
O sistema eletro-eletrônico da pirâmide foi planejado com esmero, a única porta lateral se move por biometria cadastrada, a iluminação é controlada remotamente. O velho proibiu ar-condicionado e controle da temperatura por aparelhos refrigerados eletrônicos, foram instalados pequenos filtros de válvulas mecânicas (a exemplo das válvulas aurículas e ventrículos que abrem e fecham e o sangue circula sempre num mesmo sentido) de forma circular em 2 faces da pirâmide, a função desses filtros é receber o vento que circula pelo ambiente sem o devolver à atmosfera.
O velho Khalil Jamal, com 89 anos de vida, cuidados pelos filhos e filhas, cada vez mais, ele cismava com os germes, não permitia que os enfermeiros ou médicos adentrassem seus aposentos sem um ritual de higiene e esterilização dos instrumentos, à conduta de Howard Hughes, fobia inexplicável... Porém, não dispensava as orações diárias do salah (5 vezes por dia, voltado para Meca), cerimônia feita dentro da pirâmide, numa dessas cerimônias, Khalil Jamal morreu de um infarto fulminante e seu ataúde foi depositado sob a área do vértice da pirâmide e, lacrada para sempre.
Pensas tu, amigo leitor, que a história terminou com a morte de Khalil Jamal? Não! O fantasma dele começou transitar pela mansão e pelas empresas. Vários funcionários deram testemunhos que viram o sheik, às tantas da noite, aqui, ali e acolá. Ficou difícil para os filhos e filhas negarem essas aparições, pois, os relatos eram comuns e inspiravam verdadeiros.
Abdul Jamal, seu filho mais velho, líder do clã Khalil Jamal, perguntava a si, se Alá havia transformado seu pai num ser mau? Ou, Alá havia transformado seu pai em um anjo de luz para chamar a atenção da humanidade para o poder energético da pirâmide para cura dos males do homem? Que o tempo fosse o senhor da razão, deixasse o povo falar que o mausoléu de seu pai fosse mal assombrado.
Ainda hoje, ninguém visita à noite, a “Pirâmide de Gizé”, porque a alma de Khalil Jamal continua fazer pantomimas.



Autoria: Rilvan Batista de Santana
Licença: Creative Commons

Nota: Imagem (Google)
Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 03/03/2020
Alterado em 03/03/2020


Comentários


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr