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Que será do homem daqui a 50 anos? - R. Santana

Que será do homem daqui a 50 anos?
R. Santana
 
Homens com cérebros e homens descerebrados. Daqui a 50 anos, alguns homens pensam e decidem e outros poucos pensam ou não pensam e obedecem. A inteligência artificial (IA), cada dia, produz máquinas com softwares tão avançados que daqui alguns anos essas máquinas farão todas as atividades humanas, a exemplo de dirigir, cuidar da segurança e tarefas domésticas da casa, produzir novas máquinas, pilotar avião, presente em todas as atividades industriais, cirurgias de alta complexidade, etc., etc. Essa super tecnologia é benéfica para homem, todavia, o escraviza, deixa-lhe descerebrado, à mercê do homem que detém esse conhecimento científico e tecnológico.
Hoje, há aplicativos (Apps) para tudo, aplicativo de banco, de segurança, de trânsito, de meteorologia, de medicina, de educação, de games, de notícias, de atividades sociais, enfim, com o celular na palma da mão, o indivíduo dirige sua empresa, sua casa, quiçá, governa o mundo. O poder da informação eletrônica com imagem e tempo reais, ele nos orgulha e nos assusta ao mesmo tempo. Trump, por exemplo, autorizou matar o general iraniano Qassem Soleimani em Bagdá, com um drone inteligente (imagem e tempo reais e bomba), sem pisar os pés fora do seu gabinete na Casa Branca.
Hoje, estamos à mercê de profissionais liberais informatizados desprovidos de eficiência. A maioria absoluta não estuda (salvo, honrosas exceções), o livro fica empoeirado na estante. Estudar pra quê? Se nós temos o Google (biblioteca eletrônica) e os softwares e apps específicos no computador. O médico abre a tela do seu computador defronte o paciente e lá encontra o remédio e o modo de usar. O engenheiro não usa mais a velha prancheta, a régua e o compasso para projetar suas plantas, alta ou baixa, em questão de minutos, ele projeta um edifício com apartamentos funcionais, inclusive, com os moveis no lugar. O advogado de porta de fórum usa o Google para peticionar. Essa tecnologia é padrão em todas as profissões.
Alguns desavisados irão pensar que o nosso pensamento é contrário à expansão tecnológica informatizada, ledo engano, o computador (PC, Laptop, PDA, Workstation, Notebook, etc., etc.), é uma ferramenta fundamental no dia a dia e no processo de conhecimento. O nosso alerta é que não sejamos marionetes nessa teia de informação e percamos a nossa capacidade de pensar. Evitar que o homem comum torne-se um


instrumento mecânico do homem de ciência robótica, que o pensamento de Thomas Hobbes: “Homo homini lúpus”, isto é, “homem é o lobo do homem” , não se efetive mais ainda com sua incapacidade de pensar.

As gerações da Internet pensam que as gerações anteriores são ineptas no uso dessas novidades tecnológicas, que não sabemos usar um ”Smartphone”, um “Laptop”, um “Tablet”, um “PC”, não é verdade, pouco e pouco, as gerações anteriores estão absorvendo esse boom tecnológico, é comum, idosos e idosas em redes sociais, mensagens em MSN e WhatsApp. Há alguma resistência isolada, porém, todos os idosos têm consciência dos benefícios e malefícios dessas ferramentas da comunicação. No entanto, esses idosos, por intuição, sentem a gravidade de falar sem o olho no olho, ao vivo, não virtual.
A violência (física, moral e psicológica) tem contribuído para que as crianças sejam, cada dia, mais sedentárias. As brincadeiras de rua desapareceram. No mundo da internet, os games são os principais passa tempo da criança. Brincadeiras como soltar pipa, amarelinha, agacha-agacha, pular corda, corrida de saco, stop, jogo de gude e esconde-esconde foram substituídos pelo Super Metroid, Super Mário 54, Tetris, Star Wars, Star Craft, etc. Estes jogos são educativos, desenvolvem o raciocínio, alguns socializam virtualmente, mas, são jogos que prendem a criança dentro de casa, se não houver disciplina de uso, eles comprometem a saúde visual.
As escolas privadas oferecem esporte em áreas de segurança (quadras, campo,
Playgrounds infantis...), as públicas, malmente, uma educação física em lugares improvisados, só pra cumprir a carga horária do professor. Não obstante as secretarias de esporte e cultura de todas as prefeituras se preocuparem com as práticas esportivas, as políticas públicas não atendem todas às demandas por falta de recursos financeiros.
Temos consciência que o modismo é passageiro, efêmero. Quantos modismos nós já tivemos em todas as áreas da atividade esportiva, cultural, social e do conhecimento? Enésimos! O homem por natureza é criativo e revolucionário, esperamos que muito antes de 50 anos, o homem reforce o seu senso crítico, dê mais prioridade aos processos mentais, que não valorize a cultura inútil, que os exercícios da mente só se faz com o livro e os hábitos de leitura. Valorize o contato físico e não o virtual, as relações sociais naturais são mais confiáveis e mais saudáveis.


Enfim, daqui a 50 anos, a humanidade desejará homem de cérebro e de emoção, que os princípios éticos e morais sejam tão importantes quanto às regras da razão. A felicidade está no mundo das coisas simples, primitivas, no mundo da fé, não, nos ditames da ciência e excesso da tecnologia.




Autoria: Rilvan Batista de Santana
Licença: Creative Commons
Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 03/02/2020
Alterado em 04/02/2020


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr