Antônio Mangabeira e um jeito novo de fazer política R. Santana (*)
Antônio Mangabeira e um jeito novo de fazer política
R. Santana (*)
Conheci o médico Antônio Mangabeira em 1992, numa situação familiar dramática (minha filha mais velha foi diagnosticada com aplasia de medula e morre um ano depois no Hospital das Clínicas de São Paulo), que o tempo conseguiu eufemizar, mas a dor da saudade é eterna. Antônio Mangabeira, sem alarde, fez um diagnóstico a priori da doença, embasado em sua experiência profissional, e os exames laboratoriais confirmaram-no.
Ciente dos parcos recursos financeiros da família e da gravidade da doença, ele fez uma carta para o médico Hélio Moraes, responsável pelo setor de transplante de medula do Hospital das Clínicas de São Paulo e, solicitou-lhe ajuda e vaga naquele hospital de referência nacional. Mesmo com desfecho desfavorável, a família jamais esqueceu esse gesto de desprendimento e solidariedade e sempre lhe será grata.
O tempo passou, outras circunstâncias surgiram e, Antônio Mangabeira ascendeu em competência médica e empresarial. Hoje, sua clínica de oncologia e outras doenças, é referência em qualidade e resultados auspiciosos no Nordeste e no país. Além de pessoal de apoio e administrativo qualificados, médicos e outros profissionais de saúde competentes que integram seu corpo clínico, a clínica possui aparelhagem específica de ponta. A “Oncosul” está instalada no centro da cidade de Itabuna num prédio confortável, suntuoso, com funções adaptadas para uma clientela fragilizada e alquebrada pela doença.
A história de vida de Antônio Mangabeira é rica em superação e sucesso. Nele se aplica o princípio de que o homem não é produto do meio, mas pode ser influenciado e influenciar o meio ao mesmo tempo. Egresso de escola pública, o filho caçula do representante comercial João Soares França e da costureira Humbertina Mangabeira França, quando terminou o curso médio, foi aprovado no vestibular de medicina da UFBA, feito quase impossível naquela época, para estudantes do interior de escolas públicas.
A sabedoria popular diz que além de talento o indivíduo tem que ter sorte, sem sorte o destino dá um nó. Quando Antônio Mangabeira foi aprovado pela faculdade de medicina da UFBA, seu pai sustentava a família como bodegueiro e sua mãe contribuía na receita familiar como costureira de bairro, portanto, impossível, naquela época, manter um filho estudante de medicina na capital do estado com parcos recursos financeiros e prover todas suas necessidades: moradia, alimentação, livros e transporte, despesas pessoais, aí, surgiu um mecenas, um amigo da família, que lhe proporcionou moradia confortável, a universidade lhe deu alimentação e o governo lhe concedeu um salário-educação até o final do curso.
Formado, o médico Antônio Mangabeira voltou para Itabuna e junto dos amigos e da família, aqui se estabeleceu... Aqui, construiu ao longo dos anos, de maneira honrada, uma carreira médica respeitável e empresarial da saúde de sucesso. Hoje, faz-se necessário informar, por dever de justiça e gratidão, que ele paga o aluguel residencial do homem que lhe deu teto na capital baiana, no tempo das vacas magras, para que ele cursasse medicina.
Ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher que lhe ampara quando a vida pende para um lado e para o outro, que compartilha no sofrimento e celebra na alegria e Antônio Mangabeira teve sorte com sua consorte quando aceitou e foi aceito por Célia Kalil para construírem uma família sob as bênçãos de Deus. Célia Kalil Mangabeira não é uma esposa acomodada como tantas por aí, é uma médica competente, uma mulher inteligente, educada, bem articulada, política, comprometida com projetos de inclusão social de pessoas especiais, coordena na UESC, um programa para pessoas portadoras de síndrome de Down. Ela é uma guerreira, uma revolucionária, uma benfeitora de causas sociais, uma mulher acima do seu tempo.
A vida não é estanque para os idealistas, para os desapegados materiais, para aqueles que pensam no próximo menos favorecido, para aqueles que não se deitam nos privilégios que o destino lhes deu, para aqueles que não desejam Deus pra si e o Diabo para os outros, assim é Antônio Mangabeira, depois do sucesso pessoal, focou servir à comunidade que lhe acolheu de sua cidade natal do Senhor do Bonfim, e em setembro de 2015, em entrevista ao jornalista Kleber Torres, jornal Agora, tornou público o desejo de contribuir mais para Itabuna como prefeito.
Nessa entrevista que Antônio Mangabeira há um ano concedeu ao jornal Agora, deixa claro seu novo jeito de fazer política e administrar. Ele não quer o poder pelo poder, se assim fosse, usaria os mesmos métodos escusos e instrumentos de barganha dos seus concorrentes para chegar ao poder municipal, mas propõe ideias administrativas diferenciadas cujo objetivo é beneficiar o cidadão, a comunidade itabunense.
Aplicar, sem desvios, cada centavo do dinheiro público em obras necessárias e duradouras, promover o desenvolvimento da cidade com parcerias estaduais, federais e privadas. Criar projetos factíveis para alocação de verbas rubricadas federais e estaduais. O adversário dirá, com razão, que essas ações foram tomadas por outros administradores, porém, não com a mesma lisura de Antônio Mangabeira. É sabido que muitos recursos federais e estaduais são corrompidos por maus políticos, antes de chegarem ao seu destino, ou, aplicados em obras superfaturadas que não atendem às necessidades do cidadão de imediato, mas enchem os bolsos de administradores desonestos do dinheiro do povo.
Antônio Mangabeira é único nessa plêiade de candidatos ao executivo municipal itabunense que não tem um passado de mácula, de corrupção, o único capaz de tirar Itabuna da pasmaceira administrativa que se encontra e promover mudanças administrativas necessárias em saúde, em educação, em transporte, em moradia, em segurança, pois não possui o ranço de velhos políticos, políticos que se locupletaram com o poder, ou, deixaram parentes e apaniguados se locupletar, políticos que fatiaram o poder pra governar.
Enfim, “alea jacta est”, a sorte está lançada, Itabuna não merece o desprezo e o abandono atuais, é uma cidade fundada sob a égide do trabalho, do progresso, do desenvolvimento, uma cidade construída pelas mãos calosas dos sergipanos e pessoas de outros rincões nordestinos, uma cidade que clama por um futuro auspicioso, moderno, sem retrocesso, sem atraso, sem conchavos escusos, sem licitações viciadas, sem política do toma lá, dá cá, e o momento é de Antônio Mangabeira, um homem honesto, obstinado, cujo desejo maior, é deixar esta cidade mais aprazível, mais digna para os seus filhos e para aqueles de fora que aqui fincam suas raízes. Itabuna, 25 de agosto de 2016,
(*) Rilvan Batista de Santana, professor aposentado, ex-vereador e membro efetivo da Academia de Letras de Itabuna – ALITA.
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