Carta para diretora do site da ALITA Raquel Rocha - R. Santana
Carta para diretora do site da ALITA Raquel Rocha - R. Santana
Amiga Raquel Rocha:
Estou lhe enviando uma edição corrigida da obra: “Cristais Quebrados”. Se passar pelo crivo de sua avaliação que seja publicado no site da ALITA.
Porém, algum inconveniente que eu seja informado. Ultimamente, os meus trabalhos têm sido postados (letras graúdas), somente, em link, que os tornam mais difícil para leitura. Ninguém abre o site em “Rilvan”...
Peco pela franqueza: “...não compreendo o tratamento restrito e contencioso da ALITA comigo”, pois ajudei-lhe fundar, fui seu tesoureiro por 2 anos, participei de sua instalação, participava de todos os trabalhos acadêmicos, contribuo mensalmente para ALITA de forma fiel, mas não sou convidado por essa diretoria nem para reuniões extraordinárias, não fiz parte de sua primeira revista Guriatã... Desconheço suas ações culturais para sociedade itabunense ultimamente.
Acho que qualquer organização só cresce quando os seus dirigentes sabem agregar todos seus associados, não pode haver favoritismo, nem discriminação, todos têm que ter o mesmo tratamento, sem estrelismo, as diferenças individuais devem ser respeitadas, os dirigentes têm que ter grandeza de espírito.
O meu desabafo não é só em relação ao site, mas em todas as ações da academia, aliás, não sei e acho que ninguém sabe, hoje, o que a academia vem realizando culturalmente pra nossa terra que já foi do cacau.
Uma academia de letras não pode e não deve ser administrada por pessoas que discriminam, ressentidas, facciosas, que se deixam manipular por eminências pardas, pessoas que não têm projetos comunitários, pessoas rabugentas, pessoas improdutivas, pessoas trancadas em seu mundo, pessoas de pensamento estreito, pessoas que não agregam, pessoas sem liderança, pessoas sem carisma, pessoas que não reúnem, mas espalham...
A ALITA foi criada sob a égide de mentes democráticas, a exemplo de Marcos Bandeira, Eduardo Passos, Dinalva Melo, Ruy Póvoas, Genny Xavier, Sione Porto, e, outros próceres que a memória insiste em não lembrá-los, mas se perdeu em futricas, em mágoas pessoais, na incapacidade de dialogo de algumas “estrelas”, e em manipulações de intelectos que aprenderam somente dominar. Lembro-me que no primeiro ano de criação da ALITA, a diretoria provisória sob a liderança de Marcos Bandeira, foi discutido e feito o seu Regimento e Estatuto, registrados em cartório, instilada em cerimônia pomposa no auditório da FTC, a constituição praticamente de seus 40 membros efetivos e correspondentes e algumas ações literárias em escolas públicas e na comunidade. A comunidade itabunense estava pouco e pouco absorvendo a nova entidade literária...
As políticas do silêncio, das vaidades contidas, dos egos inflados e da supervalorização pessoal de alguns não ajudam na construção de uma academia de cultura. O contraditório ajuda em novas ideias, se a maioria se comportar como lagartixa (balançar a cabeça sempre), pra que diacho serve o intelecto e as opiniões diferentes? O dissenso é o combustível da democracia.
O site da Academia Brasileira de Letras (ABL), academia fundada pelo democrata Machado de Assis, é um exemplo a ser seguido, todos os acadêmicos têm voz e vez.
Que a Páscoa sirva para reflexão desses corações empedernidos de ressentimentos...
Desculpe-me, não existe nada de pessoal, estou lhe enviando esta mensagem, apenas, por ser a diretora do site da ALITA e a pessoa mais profissional da comunicação que conheço ali, certamente, irá repassá-la pra quem de direito o meu descontentamento que não é de hoje!...
Certo de sua atenção, eu reitero protestos de estima e apreço, que o silêncio não seja a resposta, pois seria ratificar o meu desprazer.
Atenciosamente ou fraternalmente? Não Sei!
Rilvan Batista de Santana
Itabuna, 25 de março de 2016.
Nota Editorial (Saber-Literário)
Esta carta seria enviada para confreira Raquel Rocha e diretoria da ALITA, pelo descaso e alijamento que venho sofrendo como membro efetivo ao longo do tempo. Além de não ser convidado para suas reuniões ordinárias e extraordinárias, as minhas produções literárias (independente de boas ou ruins), foram publicadas em link com objetivo explícito de não me dar visibilidade.
Não fiz parte de sua primeira revista histórica "GURIATÃ". As minhas produções criativas (mais de 250), nenhuma serviu, não passei pelo crivo do editor Cyro de Mattos...
Quero deixar registrado que não tenho nada de pessoal com a confreira Raquel Rocha, ela me é gentil, educada, apenas, dirijo-me á diretora do site da ALITA, que por força do Estatuto, ela não tem independência administrativa - foi sua justificativa em e-mail.
Esta carta foi envidada em parte no dia 25 de março do ano em curso, mas a política do silêncio como resposta da diretoria, motivou-me publicá-la neste diário literário online.