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 A face obscura do homem - fim (Capítulo 34)

34
A face obscura do homem
(Fim)


O objetivo desta história é provar que todo homem tem uma face obscura. Freud diz com propriedade que as coisas ruins ficam armazenadas no subconsciente, que o inconsciente é responsável pelo que perpassa no consciente, tem gente que sabe administrar os seus desajustes mentais e ser do bem. Porém, algumas pessoas por mais que sublimem, por mais que reprimam, por mais que racionalizem, elas não conseguem controlar suas paixões, seus devaneios, suas maldades, seus instintos primitivos.
A mente humana é uma caixinha de surpresa, ninguém conhece ninguém, não é verdade a sabedoria popular que diz: “Quer conhecer o outro, comam sal juntos...” Quantos casais levam uma vida em comum por anos e não se conhecem? Inúmeros. Nesta história que se finda, José Maria é surpreendido por Clô no fim da vida, Pedro Marques subestimou a gravidade da investigação que José Maria lhe confiou e morreu de graça, Honório Ladaró conhecia “Santinha” e não Rita, e, Apolinário Gaiardoni vivia sob o segredo de Manfred, enfim, todos tinham o seu lado obscuro.
Porém, não se deve confundir o criminoso eventual, movido por circunstâncias, por mente psicopata, sociopata. O criminoso eventual é movido por uma grande emoção, um ideal político, um ideal religioso, uma vingança ou autodefesa, O psicopata não tem sentimento, não tem sensibilidade, é perverso, é zero emoção, é capaz de simular um estado de pesar em cima de um corpo que abateu ou ajudou executar. Os crimes praticados por Suzane Richthofer e Elize Matsunaga têm as características de mentes psicopatas e servem como exemplos para diferenciar o criminoso comum do psicopata.
Hoje, com peritos qualificados cada vez mais, com os recursos técnicos de DNA, luminal, balística, pólvora robusta, reprodução do crime, etc., etc., esses psicopatas são desmascarados antes que o corpo apodreça no túmulo, mas há 50 anos, no interior do país, crimes cometidos por mentes desestruturadas, sujeitos perversos, sem coração, entravam no rol de crimes perfeitos e impunes. E, quando não havia saída, nenhuma resposta técnica da polícia e envolvia o poder econômico, pessoas poderosas da sociedade, a operação abafa e os esquecimentos prevaleciam.
Abre parêntesis:
É compreensível que o leitor, neste momento, esteja ansioso para conhecer o desfecho, conhecer o criminoso ou os criminosos, porém, alguns ajustes e algumas justificativas se impõem antes do fim.
O titulo: “A face obscura do homem” foi esclarecido, mas o número 34 do último capítulo tem sua magia e seu mistério. Para o contador de história, esticar ou diminuir a trama não é tão difícil, difícil é o encadeamento dos textos e a lógica da história. Hoje, com o dia a dia atribulado, as pessoas reclamam por textos concisos, gostosos de ler e rápidos, por isto, o encerramento no capítulo 34 que exprime a soma de 3 mais 4 igual a 7, que é um número mágico tanto quanto o número 13.
Toda viva alma do Ocidente ou do Oriente sabe que o mundo foi feito em 7 dias, dos 7 heróis gregos, dos 7 sábios da Grécia, das 7 colinas de Roma, das 7 maravilhas do mundo, dos 7 pecados capitais, dos 7 sacramentos... Portanto, quem ainda não conhecia a magia do número 7 e acredita em numerologia, irá lhe preferir mais que o número 13.
Leitor amigo, o contador de história, às vezes, usa alguns recursos literários e gramaticais não por ignorância, mas para tornar o texto menos erudito e mais compreensivo e a linguagem coloquial satisfaz às demais linguagens escritas.
Bem, feitos os esclarecimentos, convido-lhe que voltemos à cena do assassinato de José Maria no capítulo1.
Fecha parêntesis.
Capítulo 1
- Mas, gostaria que ouvisse antes o que diz Hebreus para os desobedientes ao Senhor! – fez a leitura:
“Filho meu, não desprezes a correção do SENHOR, E não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hebreus 12.5,6.11).
-Não entendi porra nenhuma! Estou bêbado! Deixe pra amanhã sua lição de moral...
- Não haverá amanhã!
- Então, vá embora e me deixe!... - jogou-se no sofá.
- Ainda irás me entregar à polícia!?
- Clô, a cadeia é o lugar de mulher infiel e assassina!
- Eu sou inocente... Eu sou vítima das circunstâncias... Eu sou sua vítima!...

Autor: Rilvan Batista de Santana – Academia de Letras de Itabuna – ALITA
Gênero: Romance

Itabuna, 12 de Setembro de 2012.
Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 24/09/2012


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr