Itabuna, 09 de junho de 2008.
À Dra. Adriana Vandoni Curvo:
Preclara Senhora:
Doutora Adriana, como é importante vivermos num país em estado democrático e de direito! Onde há liberdade de expressão e as liberdades individuais são preservadas e depois das 18 horas, o mais vil assassino é respeitado em seu domicílio! E, as pessoas podem atingir a honra de um presidente da República e nada lhe acontece!... Recebi o seu artigo intitulado: “Presidente, vá se foder!”, acrescido de sua biografia de professora de Economia e especialista em Administração Pública pela FGV/RJ e um pedido em letras maiúsculas em vermelho para passar o e-mail adiante, não o fiz (os incautos poderão fazê-lo), e não o farei não que discorde do cerne do seu pensamento, que não seja mais um brasileiro descontente. Mas, com a devida vênia, discordo da pobreza de argumento do seu texto sem falar nos termos chulos e desairosos usados. Não sou do PT, nunca fui eleitor do Sr. Luis Inácio de Silva, não pelo fato dele não ser intelectual (eu também não sou intelectual), mas por não gostar das atitudes xiitas do seu partido e do seu proselitismo demagógico. Todavia, como brasileiro e respeito às instituições, em particular, a instituição da “Presidência da República do Brasil”, chamá-lo de cachaceiro e usar termos de baixo calão, obsceno, atitude assim, não contribuirá para elevar as exportações, para melhorar o nosso poder aquisitivo, para reduzir a inflação, para diminuir o desmatamento, melhorar o meio ambiente, reduzir a fome e a miséria, ao contrário, atitude desrespeitosa assim, servirá para denegrir o nosso país perante o mundo e continuarmos com a pecha e o estigma de povo subdesenvolvido e atrasado. Acredito que com sua formação intelectual, a senhora poderia contribuir com projetos na área econômica que atendessem aos anseios e às necessidades do povo, projetos na área energética que dentre em breve será o calcanhar de Aquiles de todas as nações pela diminuição dos recursos naturais, projetos para triplicar a produção de alimentos etc. e etc. Mandar um chefe de estado “se foder” é nivelar-se às pessoas mais rudes e mais grotescas que não tiveram os princípios mais ínfimos de educação, polidez e civilidade. A crítica humorada e inteligente sempre permeou na imprensa, nas charges, no pasquim, nos tablóides, em todos os governos e em todas as épocas. Muitas dessas críticas serviram para mudar o rumo da nossa história de pátria, de liberdade. Quem não lembra do chamamento do “último exilado” de Jô Soares? Críticas sutis e ardilosas que dobravam qualquer ditador de plantão, mas falar de “algumas doses” e da moral de um presidente e sua família, é mais do que “simplesmente corajosa”, é leviandade de expressão e falta de respeito ao cargo supremo do país. Viva a democracia e o estado de direito!!!
Atenciosamente,
Rilvan Batista de Santana
Nota do autor: Peço ao leitor que considere esta carta como de valor literário. A História não pára, hoje, são outros atores, novos personagens...