Textos


ALITA E AGRAL
R. Santana

     Itabuna e Ilhéus são duas cidades pujantes do Sul da Bahia que sempre nutriram um ranço de rivalidade comum às cidades interioranas que se compenetram de sua importância no desenvolvimento do seu estado.
     Na telenovela Gabriela da rede GLOBO, escrita por George Durst, do romance Gabriela, Cravo e Canela de Jorge Amado e dirigida por Walter Avancini, reforça as nossas considerações dessa construtiva e benigna rivalidade histórica, quando o principal personagem do romance, o caudilho “coronel” Ramiro Bastos, rompe politicamente com o intendente de Itabuna que apoiado pelo jovem político Mundinho Falcão, pleiteiam junto ao governo do estado, separar Itabuna de Ilhéus e torná-la cidade, os meus leitores conhecem o desfecho...
     Pois é Mané, não é que após 50 anos de Ilhéus ter sua ALI, Itabuna, hoje, fundou sua ALITA, ou melhor, fundou a ALITA e a AGRAL!... As duas casas literárias irão, certamente, juntar os poetas, os romancistas, os trovadores, os ensaístas, os cronistas, os articulistas, enfim, os valores expressivos da palavra e da escrita.
     ALITA foi parida, veio à luz, numa das salas da FICC, às 9:00h, no dia 19 do mês de abril do ano cristão de 2011, e, acalentada nos braços dos preclaros Cyro de Mattos, Dinalva Melo, Ruy Póvoas, Eduardo Passos, Antônio Laranjeira Barbosa, Geny Xavier, Marialda, Gustavo Veloso, 
Marcos Bandeira e outras mulheres e homens de expressão literária da terra do cacau.
     Este “escrevinhador”, o segundo filho de dona Leonor, também, estava lá, não com a mesma competência obstétrica dos demais confrades, mas com o mesmo desejo de vê-la nascer com saúde para daqui alguns anos, ela perambule e troque ideias com suas irmãs gêmeas neste país de Drummond, Cora Coralina, Aluísio de Azevedo, Adonias Filho, Amado Jorge (perdoe-me o trocadilho), João Ubaldo Ribeiro, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Guimarães Rosa e o mulato Lima Barreto, dentre outros, e, o nosso mais louvado escritor, jornalista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, poeta e crítico literário, o mulato, Joaquim Maria Machado de Assis de registro de nascimento e “Machado de Assis” para o povão.
     ALITA nasceu do desejo democrático dos seus pais, ou seja, da ideia gerada e amadurecida ao longo dos anos no ventre de mulheres e homens de Itabuna, ela não nasceu de uma transa esporádica, duma pirocada leviana, mas nasceu depois de vários exames e consultas aos ginecologistas e com DNA de mulheres e homens que constroem sonhos.
     Parabenizo as duas meninas ALITA e AGRAL, peço o apoio e a compreensão de ALI para suas novas irmãs. Parabenizo, também, os seus padrinhos, Jorge Leal Amado de Faria e Adonias Aguiar Filho, espero que elas cresçam com saúde, sem picuinhas, sem competições, sem rivalidades e abriguem nos seus seios, filhos e filhas naturais e adotivos que honrem essas terras do sem fim de Ilhéus e Itabuna.


Gênero: Crônica
Autor: Rilvan Batista de Santana – Academia de Letras de Itabuna – ALITA
Licença: Creative Commons
IMAGEM: ALITA

 
Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 18/06/2012
Alterado em 06/07/2024


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr