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Quem sou eu? - R. Santana

     Viandante da vida que com os cabelos encanecidos, eu já superei buracos, valetas, murundus, ribanceiras pra chegar até aqui. A vida é boa, vale a pena viver, mas a vida é íngreme, cada dia um problema, cada problema uma solução, Deus é o nosso pronto socorro, nosso Pai Eterno, a fé ajuda-nos na estrada da vida chegar ao destino final.

     Nunca conheci meus pais biológicos, fui criado pelo afeto emprestado de parentes de alma pura. Devo-lhes a sobrevivência, a formação moral, ética e intelectual. Não havia recurso material e financeiro em abundância, contudo, herdei exemplos de vida que os levarei para eternidade.

     Não chego ao exagero de Gabriel Garcia Marques: “Quando não escrevo, morro. Quando escrevo, também”, gosto mais de Mário Quintana: “escrevo para viver”. Eu gosto de escrever, quando escrevo exorcizo todos os males da mente, a ruindade que fiz para alguém e as maldades que fui vítima. Escrevo mais para mim, nem meu vizinho sabe que sou escrevinhador. A única coisa da vida que não desejo é ser famoso nem conhecido pessoalmente, gosto do meu site: http://saberliterario.prosaeversos.net que tenho mais de 30.000 (trinta mil) leitores, eles não me conhecem fisicamente, nem os conheço.

     Li em algum lugar de Adonias Filho: “Na guerra neurótica das letras, o pior, o que está embaixo querer nivelar os valores do que está em cima de quem tem legado consistente, com os que estão embaixo com produção medíocre, pois na existência, as gradações são inevitáveis”. Devemos respeitar e honrar a memória do escritor de “Luanda Beira Bahia”, mas não existe guerra, as produções medíocres não se sustentam com a literatura consistente. A literatura boa deixa um legado eterno, a literatura medíocre o destino é o lixo da história.

     A Bahia é o estado da federação que mais se destaca pelos seus poetas e escritores de ficção, aqui, temos Jorge Amado, Firmino Rocha, José Bastos, Valdelice Pinheiro, Adonias Filho (Itajuípe), em outros lugares do estado: Castro Alves, João Ubaldo Ribeiro, Myriam Fraga, etc,

     Hoje, entre os que estão vivos, temos poetas e escritores de importância histórica. Não existe produção medíocre daquele que cultiva a bela arte do verso e da prosa, existem autores mais populares que outros.

    Nos dias atuais, escritores e poetas que não têm marketing, jamais serão reconhecidos. É sabido que alguns autores pagam para saírem na Wikipédia (Google), enciclopédia internacional, no entanto, o escritor e o poeta que não podem fazer esse marketing, eles são desconhecidos e suas produções literárias são “medíocres”. Se o escritor e o poeta que seus livros não atingiram os níveis de “best-seller”, eles são tão comuns quanto os poetas e os escritores iniciantes.

     Não existe guerra pra quem está embaixo ou em cima, o livro não é uma mercadoria de marca, o povo decide pelo melhor conteúdo, o mais interessante, o mais objetivo, proposta nova (não história de mofo), diferente, não conteúdo esgotado e o termo “best-seller” em todo o território nacional. Lembro-me do “O Alquimista” de Pauloo Coelho, uma história de autodescoberta, tornou-se febre nacional, pelo fato de ser diferente de um momento pra outro.

     Sem demagogia, não me apresento como escritor, mas, um amador, um amante da palavra, um apaixonado pela criatividade e que escreve por diletantismo, não pra competir com os escritores consagrados ou iniciantes, escrevo pelo prazer de escrever, eu sou o principal leitor, talvez o único, nessa caminhada já escrevi 500 produções licenciadas (contos, crônicas, artigos, cartas literárias, etc.), e, 06 romances e um ensaio filosófico, para muitos, produções medíocres, subliteratura, para mim, dizer ao mundo que sou um ser pensante.

     “Quem sou eu?” Um ser finito, imperfeito, que acredito que estou vivo pela vontade do Senhor do Universo.

 

Autoria: Rilvan Batista de Santana

Licença: Creative Commons

Membro da Academia de Letras de Itabuna - ALITA

 

 

Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 05/02/2024
Alterado em 05/02/2024


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr