Textos


Geração Internet- R. Santana

          Uma definição simplória de inteligência: “a capacidade de resolver problema”, diferente da memorização. Antigamente, o estudante decorava, ele era capaz de decorar páginas e mais páginas do livro didático, era considerado pelo “magister”, um estudante excepcional, todavia, quando a matéria requeria mais raciocínio do que memorização, seu aprendizado não era muito bom. Naquela época, os instrumentos pedagógicos da aprendizagem se resumiam: livro, caderno, lápis, caneta, tabuada e quadro-giz. Não havia nada ou quase nada para ilustrar, a imagem em si, não era objeto de aprendizagem. Porém, a qualidade de aprendizagem era muito superior à aprendizagem contemporânea.

          A História da Humanidade, certamente, será dividida, antes e depois da Internet, ou melhor, hoje, celebra-se a “Geração Internet”. As crianças desde cedo aprendem digitar: o notebook, o laptop, o tablet, o xbox, o celular comum, o smartphone e o PC. A criança em idade de mamar, dorme com o som e a imagem da “Galinha pintadinha”, “Dona aranha”, “A baratinha”, “Sambalelê”, “Atirei o pau no gato”, etc. Mesmo antes da adolescência, eles integram as mais conhecidas redes sociais.

          “M” tem 95 anos de idade, usa seu “Sansung” com a destreza de um jovem naquilo que lhe tem significado: “...quando estou triste, sento-me nesta poltrona e acesso o “Tik Tok” e o “Facebook”, além das notícias, rio das “pegadinhas” ou abro o meu WhatsApp para conversar ao vivo com o meu filho e conhecidos. Claro, “M” não potencializa todo o conhecimento, todas as operações que seu “Sansung” pode realizar, porém, domina bem as operações de lazer e comunicação. Os jovens subestimam os idosos em “navegar”, todavia, cada dia que passa, eles se engajam nas novas tecnologias informatizadas.

          A Internet (Wi-Fi) ou o satélite (extensão da internet), hoje, está em toda a atividade humana. Os andróides (tablet, smartphone, notebook, etc.), cada dia mais sofisticados, atualmente, uma biblioteca eletrônica de milhares de livros, livros virtuais, ela pode estar na palma da mão. Qual o profissional que não usa na sua atividade o Google ou outra plataforma para subsidiar seus conhecimentos? Todos completam suas informações com essas bibliotecas. O engenheiro civil, por exemplo, não usa mais a prancheta e a régua para desenhar, o programa lhe dá os cálculos estruturais e o desenho de qualquer obra na tela do computador.

          À época da gude, do carrinho de madeira, do pião, do pular-corda, esconde-esconde e as 5 Marias já não existem mais. Nessa época, os meninos eram mais saudáveis, eles desenvolviam com facilidade sua função motora e cognitiva. As crianças atuais não conhecem essas brincadeiras lá de trás. Hoje, são games, vídeos, filmes “Netflix”, programas infantis no YouTube, futebol na TV, etc. Essa “geração internet” é sedentária, às vezes, obesa, o cognitivo comprometido e a memória. A geração internet não lê, ela vê e pouco escreve, as imagens têm mensagens curtas. Quando escreve no e-mail ou no WhatsApp, a “geração internet” é econômica na escrita e excessiva nos erros de gramática.

          G. e L. são dois economistas renomados, eles têm em comum o reconhecimento que a Internet revolucionou a economia, o comércio e a indústria. Os cartões de crédito e débito, o pagamento da fatura on-line, as restrições de crédito, a ficha limpa, as “Criptomoedas”, os “Biticoins” e o “PIX” existem e são operáveis por causa da Internet, não faz muito tempo, essas operações virtuais não eram nem conjeturadas. As empresas, o estado e a União com folhas de pagamento extensa não seriam realizadas se não contassem com modernos satélites e “Wi-Fi” conectados em sistema.

          As operações comerciais são as mais visíveis, porém, em todas as atividades humanas: comunicação, saúde, educação, segurança, transporte, burocracia, indústria e infraestrutura são subsidiadas pelas novas tecnologias da informática. Nenhuma atividade se realizaria com perfeição sem a velocidade e a segurança da Internet.

          O mundo mudou, não existe outra opção, senão, as gerações dos anos 70 e antes se adaptarem às novas tecnologias. A história registra que o primeiro celular foi lançado pela Motorola DynaTAC (tijolão), em 3 de abril de 1974, de lá pra cá, ele vem sido aperfeiçoado até o “Smartphone”. As pessoas idosas, a maioria ainda não absorveu completamente os andróides, o tablet, o PC, contudo, não existe outra saída, senão, absorver todas essas mudanças, mesmo que a mudança seja dolorosa.

          Estamos no Século XXI, os historiadores não mais dirão Idade Contemporânea, mas Idade da Internet.

 

Autoria: Rilvan Batista de Santana

Licença: Creative Commons

 

Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 23/12/2022
Alterado em 24/12/2022


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr