Textos


Tu és pó - R. Santana

 

Já pensou se não houvesse a morte? O mal prevaleceria! A única certeza que temos na vida é a morte. Não temos certeza da salvação, da ressurreição, da vida espírita (exceto pela fé), não temos certeza do amanhã nem certeza do nosso destino, mas, temos certeza da morte.

 

Alexandre, o Grande, o rei da Macedônia, conquistou o mundo de sua época, porém, como um castelo de cartas, tudo desmoronou com sua morte aos 33 anos de vida. Napoleão Bonaparte conquistou quase toda Europa e morreu ainda moço, com câncer de estômago, no exílio de Santa Helena. Adolf Hitler, ditador da Alemanha, dominou quase a Europa e provocou a Segunda Guerra Mundial. Obcecado pela pureza da raça alemã, ele construiu campos de extermínio com câmeras de gás e provocou o holocausto de 6 milhões de judeus. Com a entrada das tropas da União Soviética em Berlim, casou-se com Eva Braun e suicidou-se com um tiro na cabeça em de abril de 1945. Três exemplos da História que, por mais absoluto que seja o poder, não se sustenta com a morte.

 

O tiranete pensa que não morre, possui um superego, por isto, distribui sua maldade com desencargo de consciência, ele não se sente responsável pela sorte do outro. O tiranete não se incomoda com o mal que irá acontecer com o tiranizado. O tirano não se preocupa com o indivíduo e sua família, ele só pensa no prazer de destruir aquele que o tomou como inimigo. O tiranete morre e acaba sua tirania num abrir e fechar de olhos.

 

As leis são feitas para os dominados não para os dominadores. A lei é uma norma de conduta obrigatória. A Lei é feita pelo Congresso, porém, ultimamente, muitos juízes fazem suas leis conforme o entendimento de falso e verdadeiro. Eles destroem sonhos, o pão de cada dia dos indefesos, o direito de ir e vir, a liberdade e, calam as vozes daqueles que se levantam, eles destroem a esperança do homem. Os juízes morrem. O homem morre.

 

Que o poeta se manifeste sobre a condição do oprimido: “... E por temor eu me calo / por temor aceito a condição / de falso democrata / e rotulo meus gestos / com a palavra liberdade / procurando, num sorriso / esconder minha dor / diante de meus superiores / Mas dentro de mim / com a potência de um milhão de vozes / o coração grita – MENTIRA! - No caminho com Maiakovski - Eduardo Alves da Costa”.

 

O homem sabe que a vida é um sopro, mas, ele não internaliza esse saber. Alguns homens possuem a falsa sensação que não morrem ou eles levarão muito tempo pra morrer. Os tiranos, os tiranetes, os intolerantes, os juízes maus, os ditadores, os superegos e os estúpidos, também, possuem essa falsa sensação e pensam que é para sempre. Seria tão bom que o pensamento de Thomas Hobbes não fosse verdadeiro: “O homem é o lobo do homem, Homo homini lupus”, ou seja, o homem é o predador do próprio homem.

 

Que os anjos de Deus desçam sobre a terra, que eles digam ao homem: “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás” (Gn 3,19), aqui, nada é para sempre.

 

 

 

Autoria: Rilvan Batista de Santana

Licença: Creative Commons

 

Att.:

 

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Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 13/11/2021
Alterado em 13/11/2021


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr