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A mentira Bolsonaro - R. Santana
 
O 1º. turno da eleição de 2018, encerrou-se no último domingo, dia 7 de outubro. O povo deu uma demonstração de maturidade política, mandou para casa políticos históricos da câmara federal e do senado: a renovação foi significativa. Partidos nanicos, hoje, têm assento nas 2 casas e, dos 10 candidatos presidenciáveis, sobraram Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

A preocupação de Haddad é o social, a reforma tributária, reduzir os juros dos bancos, aumentar o consumo e o investimento. Respeitar a Constituição de 1988, aprofundar a democracia e cuidar do pobre, são propostas básicas de seu eventual governo. Haddad se preparou ao longo da vida para assumir a responsabilidade de dirigir um país continental como o nosso: acadêmico, advogado, especializou-se em Direito Civil, Mestre em Economia e doutor em Filosofia, professor de Teoria Política da USP, além de ex-prefeito da cidade de São Paulo e ministro da Educação por 7 anos.

Jair Bolsonaro serviu ao Exército Brasileiro de 1971/1978, especializou-se em paraquedismo e foi para reserva como capitão. Esteve envolvido em vários problemas de indisciplina e foi preso por algum tempo. O coronel Alfredo Pellegrino, o definiu: “Bolsonaro tinha permanentemente a intenção de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em razão do tratamento agressivo dispensado aos seus camaradas, como pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos”. Foi eleito vereador do Rio de Janeiro de 1989/91, hoje, ele está no 7º. mandato de deputado federal.

Bolsonaro é uma mentira, surgiu na esteira da insatisfação política do povo brasileiro que deseja passar o país a limpo da corrupção, da economia esfacelada, da violência e a solução dos problemas da educação, da saúde e do desemprego, porém, seu medíocre desempenho como deputado federal, durante 30 anos (nunca aprovou um projeto significativo), não o credencia para o mais alto cargo eletivo do país. Seguramente, ele não tem qualificação intelectual, administrativa e política para lidar com o Congresso Nacional.

O trabalho de Bolsonaro será desconstruir seu passado de autoritarismo, apologia da violência, preconceito com negros, gays, índios e nordestinos, além de partidário do conceito que a mulher profissional deve ter um salário menor porque é parideira.

Lamento que o povo ainda não se deu conta da mentira Bolsonaro! E, agredindo o pensamento lógico, eleja, neste momento, um candidato com ideias fascistas para governar um pais duma sociedade de cidadãos solidários, bons e de paz.

Para justificar a mentira Bolsonaro, permita-me caro leitor que analisemos, abaixo, didaticamente, a incoerência de suas ideias com a vida pregressa do candidato que lobo, traveste-se com pele de cordeiro para enganar o povo:

1. Família – Ultimamente, ele se apresenta como guardião dos bons costumes e valores inalienáveis da família, mas na vida pessoal, ele está no 3º. casamento, sempre troca a mulher velha pela nova, 5 filhos de 3 mães diferentes, 4 filhos homens e numa “fraquejada” veio uma mulher;

2. Religião – Não se duvida a fé do candidato, é coisa de foro íntimo, porém, neste momento, aliou-se aos principais dirigentes das igrejas evangélicas que historicamente, eles e suas famílias enriqueceram espoliando e explorando a boa-fé religiosa de um povo incauto e sofrido, ele usa a máxima imoral de Maquiavel: “Os meios justificam os fins”;

3. Democracia – Quem defendeu o regime militar ditatorial de 64, o autoritarismo e o famigerado coronel Ustra, falar de democracia, é uma falácia retórica, é subestimar a inteligência e a memória do povo;

4. Preconceito – É repetir o desrespeito que o candidato Bolsonaro tem pelas minorias e não reconhecer a sociedade plural que vivemos;

5. Moral e ética – Quem aceita auxílio moradia, legal, mas imoral para quem tem casa própria. Além de ter sido acusado por sua ex-mulher na revista Veja em processo de 2008, 1ª. Vara da Família do Rio de Janeiro, onde ela o acusou de renda superior ao que ele recebia como militar da reserva e deputado federal, ocultação de patrimônio e renda à Receita Federal, roubo de cofre, ameaça de morte e disputa truculenta pela guarda do seu filho mais novo e, ela teve que fugir para Noruega...

Alea jacta est, agora, se vota num ou noutro ou não se vota em nenhum, porém, um dos dois candidatos, será eleito o presidente do Brasil para os próximos 4 anos.

Enfim, não defendo partido nem candidato, somos cidadãos livres, cada cidadão defende seu candidato de acordo sua consciência política, porém, não devemos no desespero, eleger falsos salvadores da pátria, lobos com pele de cordeiro, honestos duvidosos, homens de interesses inconfessáveis e projeto de poder familiar, promotores de ideias atrasadas que não se coadunam mais numa sociedade moderna. Rilvan Batista de Santana – São Caetano, Itabuna (BA)
 
Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 09/10/2018
Alterado em 09/10/2018


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr