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Mulher não nasceu para sujeição - R. Santana
 

O voto é pessoal e intransferível, é ato de vontade, é ato de cidadania, manifestação democrática que exercemos como instrumento de mudança, de desenvolvimento do município, do estado, do país, principalmente, para fortalecer as nossas instituições políticas e jurídicas. A omissão do voto e a alienação política não contribuem para melhorar o nosso pais, temos que votar para o aperfeiçoamento político, que escolhamos o menos pior para representar-nos no legislativo ou no executivo. Todavia, o voto tem que ser refletido, não uma “Maria vai com as outras”, o postulante a qualquer cargo deve ter compromisso claro com as políticas públicas de interesse da comunidade, da sociedade, não, somente, propostas demagogas e projetos de poder pessoal, às vezes, projetos pessoais escusos.

Não entendo como pessoas inteligentes, instruídas em várias áreas do conhecimento, empunham a bandeira do radicalismo, do preconceito, da violência, da aversão às minorias, enfim, do atraso social. Acho que é desespero, pessoas que não acreditam mais no processo político vigente nem nos políticos atuais, no homem. Faz algum tempo, um caçador de marajá de Alagoas, propôs moralizar o Brasil, acabar com a corrupção, a inflação, acelerar o desenvolvimento privado e público, colocar o país entre às nações do primeiro mundo, não demorou muito tempo, ele confiscou o dinheiro do povo e terminou “impeachado” por corrupção, arrogância, incompetência administrativa, ignorância em política econômica e, manter uma eminência parda nos negócios do estado.

Mais de 25 anos depois, a história se repete, as forças políticas descontentes com “status quo” atual e apoiam um candidato radical, com ideias nazistas e fascistas, despreparado, que há 30 anos mama nas tetas do governo, ele e a família, todo período de legislador federal, ele não conseguiu, sequer, aprovar um projeto de interesse do brasileiro menos aquinhoado.

Na época de Collor de Melo, justificava-se o interesse das mulheres votarem num candidato galã, jovem impetuoso, a encarnação política tupiniquim do “Superman”, do “Homem de Ferro”, do “Capitão América”, do “Hulk”, do “Thor”, e tantos outros heróis do cinema, que ele iria resolver todos os problemas existenciais do homem brasileiro.

Hoje, não mais existe herói, o candidato “salvador da pátria” é um herói às avessas, um machão declarado, um preconceituoso, que a mulher serve pra procriar, do lar, deve ganhar salário menor que o homem porque engravida e não deixar seu parceiro “fraquejar” no sexo pra não parir fêmea, que promete dar ao seu filho uma educação nos mesmos moldes machão, uma educação radical, ao invés de lhe oferecer um livro de Saint-Exupéry, oferece-lhe um livro do coronel Ustra.

Não entendo as mulheres que não têm discernimento político necessário para separar o joio do trigo, que não têm autoestima, que não se dignam, que não valorizam sua cidadania, que não entendem seu desígnio da maternidade, que não é sujeito de sujeição, que se deixa ficar atrás do homem e não ao seu lado, que patriarcado e matriarcado não existem mais, mas uma sociedade de amor e interesses comuns sem prejuízo do indivíduo.

Por isso, custa-me acreditar que a mulher contemporânea do nosso país, vai aderir um candidato presidenciável com o perfil do provérbio árabe: “Vez por outra dar uma surra na mulher é algo saudável: tu podes não saber por que estás batendo, mas ela sempre sabe por que está apanhando...”, portanto, lamento pelas mulheres que não têm consciência de sua importância na sociedade moderna e ainda é ser de sujeição e baixa autoestima.


Autoria: Rilvan Batista de Santana
Licença: Creative Commons




 

Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 25/09/2018
Alterado em 30/10/2023


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr