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Inteligência R. Santana

Inteligência Binet-Simon
R. Santana

Inteligência pode ser definida como “faculdade de aprender, apreender ou compreender; percepção, apreensão, intelecto, intelectualidade, ou, qualidade de adaptar-se facilmente; capacidade, penetração, agudeza”, trocando em miúdos: “Capacidade de resolver problemas”. Não é à toa que vários filósofos e cientistas se debruçaram sobre essa faculdade mental, até escalas foram criadas para medir a inteligência: os famigerados testes de QI de Binet-Simon no campo da psicometria.
Não se pode negar o trabalho científico de psicometria de Alfred Binet e Theododre Simon na intervenção pedagógica daquela época, porém, o uso indiscriminado desses testes por pessoas não qualificadas, noutras instituições, frustrou e estigmatizou muita gente que o QI estava abaixo do padrão da escala Binet-Simon.
Hoje, é sabido que as funções cerebrais são muito mais complexas que a ciência possa imaginar. O sistema de neurônio ligado por sinapses levará muito tempo para que a ciência possa desvendar o significado de todos os impulsos nervosos, portanto, avaliar o QI das pessoas com base em perguntas e respostas padronizadas, é reduzir sistemas neurológicos complexos de enésimas reações em funções “palpáveis” conhecidas. A faculdade intuitiva corrobora na afirmação que a função intelectual não se encerra em medidas conhecidas, pois a mente humana é uma caixinha de surpresa inesgotável.
A teoria das inteligências múltiplas por Howrd Gardner no Século XX contempla todo tipo de inteligência, apenas, é necessário que o sujeito encontre o seu caminho e persevere no seu objetivo. Certa feita alguém perguntou ao inventor da lâmpada elétrica, Tomás Edison, de onde lhe vinha tanta inteligência, ele respondeu-lhe que “os seus inventos eram frutos de transpiração e não de inspiração”, ou seja, não adianta que o sujeito tenha uma mente privilegiada e não desenvolva os talentos que Deus lhe concedeu.
Todo homem (exceto o homem que nasce com retardo mental grave), possui inteligência, capacidade de percepção, apreensão, intuição, isto é, potencialmente o homem nasce dotado de faculdades para aprender e solucionar situações diversas, ao longo do tempo, ele vai desenvolvendo e aperfeiçoando esse processo de aprendizagem, não é demais repetir aqui o ditado popular: “vivendo e aprendendo”, enquanto temos vida, cada dia, enfrentamos situações diferentes que requerem soluções novas inteligentes, viver é matar um leão por dia.
Porém, graça ao psicólogo Howrd Gardner, que sistematizou os vários tipos de inteligência, descobriu-se que todos os homens possuem dons de aprendizagem, basta fazer o que gosta. Se o sujeito por circunstância de vida é obrigado fazer aquilo que não gosta, certamente, ele fará, mas de maneira repetitiva, jamais criará. Conta-se que Garrincha, um dos maiores jogadores da história do nosso futebol, era uma pessoa simplória, sem malícia, sem atitude capciosa, às vezes infantil, mas quando entrava no campo, sua capacidade de percepção, sua argúcia, seus reflexos físicos e suas jogadas inteligentes colocavam os adversários no chinelo.
O fator inteligência independe de raça, de características físicas e, do meio ambiente social e cultural. O homem não é produto do meio, ele pode ser influenciado e influenciar o ambiente onde nasceu. Se Hitler, em particular, seu Ministro da Propaganda Joseph Goebbels não tivesse insistido na supremacia de uma raça pura, um super-homem de raça ariana, em detrimento dos judeus, negros e deficientes físicos e sub-raças, talvez, o desfecho da Segunda Guerra Mundial tivesse tido nuances diferentes.
As vitórias dos pracinhas brasileiros no nazi-fascismo nas batalhas de Monte Castello e Montese no Norte da Itália põem por terra as teorias de super-homem de Nietzsche e Goebbels, pois nossos pracinhas eram uma miscigenação de europeus, nordestinos, negros, cafuzos e mulatos, liderados pelo general gaúcho Mascarenhas de Moraes.
Por isso, é contraproducente avaliar a capacidade do homem por índices de inteligência. Algumas escolas ainda insistem na avaliação pedagógica quantitativa em prejuízo da avaliação qualitativa. Não faz muito tempo, os estudantes eram reprovados por incautos professores por décimos de nota... Ditoso o momento histórico em que a avaliação do educando deixou de ser prerrogativa de um sujeito para ser atribuição de um Conselho de Classe e ao invés de notas quantitativas para aferir a aprendizagem, notas conceituais.
Portanto, o segredo do sucesso pessoal não é o QI engessado, mas a força de vontade e o foco. Se alguém não persegue determinado ideal, a aprendizagem e o conhecimento não têm significados, a pessoa conforme Piaget, só aprende e memoriza aquilo que lhe interessa, não porque tem inteligência limitada, mas que não lhe toca o coração e a alma.

Autor: Rilvan Batista de Santana
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Rilvan Santana
Enviado por Rilvan Santana em 10/09/2013


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr